Agostinho Rututo |
“Manica registava sim crimes de pequena monta, mas agora a situação é complicada. Voltamos a registar assaltos à mão armada em pleno dia. E há uma inovação: as vítimas dos últimos assaltos são agentes económicos, de preferência de nacionalidade estrangeira” – disse Agostinho Rututo.
Na sequência destes tipos de crimes, nos últimos dois meses, segundo reconheceu o procurador, pelo menos três comerciantes estrangeiros foram baleados mortalmente, em igual número de assaltos a mão armada, sendo dois paquistaneses e um britânico, que foram baleados a queima-roupa e despojados de avultadas somas de dinheiro.
Por isso, segundo Rututo, o combate contra este mal, exige o envolvimento de todos os segmentos da sociedade, desde as populações, em geral, até às lideranças comunitárias, as quais devem servir de elos fundamentais de apoio às forças de defesa e segurança nas suas actividades operativas e punitivas.
Disse não serem claras as causas que levam ao ressurgimento destes comportamentos desviantes e violentos, considerando que acção está a contribuir para desacreditar o esforço tremendo que está a ser desenvolvido pelas forcas de defesa e segurança, no quadro do combate a criminalidade.
“Verificamos com preocupação que o crime violento voltou a recrudescer na província. A cidade de Chimoio lidera as situações de assalto à mão armada, com a diferença também de que esses assaltos decorrem de dia” – disse o procurador para quem “o combate contra este fenómeno, constitui o nosso maior desafio como Ministério Público neste ano de 2013.
Em coordenação com as forças de defesa e segurança, a população, a sociedade civil e as lideranças comunitárias a vários níveis, segundo Rututo, devem fazer um trabalho exaustivo visando denunciar, punir e neutralizar os infractores que ameaçam a ordem, a segurança e a tranquilidade públicas na província.
Para além destes escalões, o procurador disse ser necessário envolver, para além dos governos distritais, os dos postos administrativos e localidades. Afirmou que o criminoso é membro da sociedade e das famílias pelo que vive com as pessoas. São essas pessoas que devem denuncia-lo.
Na sua opinião, cada governo local, líder comunitário e autoridade tradicional, deve controlar a sua área de jurisdição do ponto de vista de quem vive aonde, o que faz e dai poder denunciar eventuais delinquentes que estejam a morar e a perturbar as comunidades.