Nacional Chuva dificulta reparação do corredor de Nacala

Chuva dificulta reparação do corredor de Nacala

Fracassou a primeira tentativa de intervenção para a reparação dos danos causados pela chuva no corredor ferroviário de Nacala e que há quatro dias condicionam a circulação de comboios de mercadorias no troço Nacala-Nampula. Os trabalhos estão a ser condicionados pela chuva torrencial que continua a registar-se na província de Nampula, particularmente no distrito de Monapo, local do corte.

Chuva dificulta reparação do corredor de Nacala

As dificuldades de intervenção fazem antever grandes prejuízos financeiros aos utilizadores e gestores daquele sistema. A linha garante o escoamento, em média, de cerca de 300 mil toneladas de mercadorias diversas por ano, 70 por cento das quais para o vizinho Malawi.

Manuel Macopa, director executivo da ferrovia, no Corredor do Desenvolvimento do Norte, disse que o trabalho realizado segunda-feira por técnicos da sua instituição e da Track Line para corrigir os danos foram inutilizados pela chuva torrecncial.

Esta situação contraria a previsão avançada ontem pelo CDN, segundo a qual a retoma da circulação de comboios de mercadoria ocorreria a partir da sexta-feira. Manuel Macopa explicou a jornalistas em Nampula que, porém, toda a logística está a ser mobilizada no sentido de se acelerar com os trabalhos de reposição do troço danificado.

 Os trabalhos consistem na construção de uma ponte provisória de madeira para o suporte da linha. Posteriormente será construído um aqueduto visando repor o que na noite da última sexta-feira foi arrastado pela força da água da chuva.

“A situação no local é bastante delicada, porque se a chuva não cessa o prazo que inicialmente estabelecemos para a reabertura do tráfego ferroviário pode ficar dilatado”, lamentou Mucopa.

A nossa fonte escusou-se a falar neste momento dos prejuízos que a empresa está a acumular devido à interrupção do tráfego no sistema ferroviário de Nacala, mas revelou que até sexta-feira havia no Porto de Nacala cerca de 300 contentores de carga diversa prontos para seguir ao Malawi.

Manuel Macopa não tem dúvidas que o número de contentoras tenha subido no longo fim-de-semana, tendo em conta que alguns navios atracaram no Porto de Nacala com cargas destinadas ao Malawi.

O Malawi importa através do sistema ferroviário de Nacala várias mercadorias que mexem com a sua economia, nomeadamente combustíveis, fertilizantes, clinquer que é matéria-prima para a indústria de cimento de construção entre outras e exporta tabaco e outros produtos agrícolas.

A interrupção do tráfego ferroviário no troço Monapo-Nacala, já está a causar enormes prejuízos financeiros que ainda não foram totalmente contabilizados pelos principais utilizadores da linha, designadamente para o escoamento de mercadoria diversa para as províncias de Nampula e Niassa, assim como para os países vizinhos, nomeadamente Malawi e Zâmbia, através do Porto de Nacala.

O representante da Mediterranean Shoppings Company (MSC), em Nacala, disse ao “Notícias” que esta interrupção representa um grande prejuízo que não é fácil agora quantificar. Não conseguimos colher o sentimento da Manica, outro potencial utente do sistema.

Entretanto, as nossas fontes lamentam o facto de a empresa gestora da ferrovia, o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), não ter emitido nenhuma comunicação oficial a dar conhecimento desta ocorrência que forçou a paralisação da circulação de comboios nos dois sentidos.