As divergências devem-se ao facto de a Renamo, com 51 deputados, defender uma presença maioritária dos partidos com representação parlamentar na Comissão Nacional de Eleições (CNE) e menor peso da sociedade civil, a quem acusa de ser favorável à Frelimo.
O partido no poder, que tem a maioria de 191 assentos no parlamento, integrado por 250 deputados, defende uma presença menor dos representantes dos partidos na CNE e maior representação da sociedade civil, posição apoiada pelo MDM, que tem oito deputados.
Em declarações à imprensa sobre o debate da lei eleitoral em plenária da Assembleia da República, o porta-voz da bancada da Renamo, Arnaldo Chalaua, afirmou que a sua formação política boicotará as eleições gerais e autárquicas, caso a lei eleitoral seja aprovada sem consenso das três bancadas parlamentares.
`Não podemos tomar parte num processo onde os vencedores e os derrotados são conhecidos antes de as eleições iniciarem´, afirmou Arnaldo Chalaua, reiterando as acusações de favorecimento à Frelimo por parte dos órgãos eleitorais.
A Renamo, adiantou Chalaua, está preparada para discussões adicionais sobre a lei, mas a Frelimo e o MDM `devem reflectir melhor para compreenderem a necessidade de as eleições serem realizadas com igualdade de oportunidades´.
O principal partido da oposição boicotou as eleições municipais intercalares realizadas no final de 2011 e início do ano em curso em quatro municípios por considerar que não havia condições de integridade do processo eleitoral.