Nacional Reclusos denunciam mortes e torturas em Maputo

Reclusos denunciam mortes e torturas em Maputo

Os reclusos das celas do Comando da cidade de Maputo queixaram-se de torturas que dizem sofrer nas celas, perpetradas pelos gestores das unidades prisionais.
Reclusos denunciam mortes e torturas em Maputo
Disseram que há casos de alguns reclusos que chegam a morrer, devido a mãos tratos. Estas queixas foram ontem feitas pelos reclusos durante a visita que o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Paulino, efectuou às celas do Comando da cidade. Os jornalistas foram vedados de entrar nas celas e de dialogar com os reclusos.

Quando os reclusos se aperceberam da proibição do contacto com a Imprensa, alguns vieram à varanda, onde habitualmente apanham o banho do sol e empoleirados nas grades disseram que havia casos de mortes que não eram reportados. A interdição de visitas dos familiares, torturas, falta de assistência médica e graves problemas de alimentação foram entre as queixas lançadas pelos reclusos.

`Se nada tem por esconder, deixem a Imprensa entrar nas celas e acompanhar a nossa conversa com o Procurador-Geral. Torturam-nos e dizem que matámos polícias. Estão a mentir. Subam para ver e mostrar ao povo em que situação vivemos´, disse um recluso a partir da varanda.

`Há pessoas que morrem aqui. Existem outras doentes que nem vão ao hospital. Os familiares é que compram medicamentos. Uns recebem visitas dos seus familiares de 15 em 15 dias e só conversam 5 minutos, e outros não´, disse o outro.

Um outro recluso que falou particularmente do seu caso, também a partir das grades das celas do primeiro andar disse, por exemplo, que possui um mandato para cumprir a sua pena na Cadeia de Máxima Segurança, vulgo Brigada Operativa, mas estranhamente está nas celas do Comando da cidade.

A Imprensa não teve acesso à interacção da equipa da Procuradoria-Geral com os reclusos e detidos. Mas baseando-se nas informações que os presos iam lançando pelas janelas e varandas das celas, questionámos à Procuradora-Geral Adjunta, Lúcia Maximiano, sobre as torturas, ao que respondeu: `Os reclusos não se queixaram de actos de maus-tratos e torturas. Repito, eles não se queixaram de torturas, mas sim de falta de assistência médica e problemas de alimentação. Tal como eu disse, estas não são melhores condições para quem está a cumprir uma pena. Eles falaram das precárias condições de assistência médica e alimentação´, disse Maximiano…