Sociedade Criminalidade Polícia e comerciante torturam criança em Nampula

Polícia e comerciante torturam criança em Nampula

Polícia e comerciante torturam adolescente em Nampula
Um grupo de agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) e um cidadão proprietário de um estabelecimento de venda de frutas amarraram e torturaram, há duas semanas, um adolescente de 12 anos de idade no bairro de Namutequeliua, arredores da cidade de Nampula. O menor, brutalmente torturado, foi surpreendido nu a nadar num charco criado por água de esgotos nas proximidades da “Casa das Frutas”.

O dono daquele estabelecimento, cuja identidade não conseguimos apurar, antes de solicitar a FIR interceptou o adolescente e amarrou-o num poste de transporte de energia eléctrica. Daí iniciou, com recurso a paus, uma sessão de golpes causando-lhe ferimentos graves, sobretudo na cabeça. Consumado o acto, o agressor chamou a FIR.

Esta, espantosamente, ao invés de proteger a criança levou-a, violentamente, para uma parte incerta, numa viatura na qual se fazia transportar.

A reportagem do @Verdade apurou de amigos do adolescente que ele sofria de perturbações mentais e não o vêm desde o dia em que foi agredido. Não sabem do seu paradeiro.

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O porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Nampula, Inácio João Dina, afirmou não ter qualquer registo de um acto de agressão contra uma criança, nem de proprietário de uma “Casa das frutas” que tenha cometido um acto idêntico. Contudo, não descartou a possibilidade alguns membros da sua corporação terem resolvido o caso e não participá-lo ao Comando.

“Realmente o assunto suscita uma investigação para se apurar o paradeiro do adolescente e as causas que levaram os envolvidos a protagonizarem uma barbaridade dessas”, disse o porta-voz.

Segundo Inácio Dina, as normas de convivência social não permitem que uma pessoa fique nua em lugares públicos. É um atentado ao pudor. O proprietário da “Casa das Frutas” ignorou a nossa presença no seu estabelecimento quando contactado para se pronunciar sobre o sucedido.