Nacional Matança da fauna bravia sem sinais de abrandar

Matança da fauna bravia sem sinais de abrandar

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O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) registou até ao momento 600 casos de caça furtiva, número que poderá atingir mil até ao fim do ano corrente, devido a gravidade que o problema que preocupa as autoridades fiscais daquela área de conservação.
A fiscalização do PNG apreendeu igualmente armas e armadilhas (anéis e cabos de aço), alguns dos quais na posse dos seus portadores e outros abandonados nas florestas pelos respectivos donos, quando se apercebem da presença das autoridades que zelam pelo parque.
No lote de armas apreendidas a maioria é constituída por espingardas de fabrico caseiro, mas porque o porte de arma sem autorização é crime no país e para as pessoas nessa condição os casos são encaminhados ao tribunal. Mas antes as autoridades procuram saber se a pessoa tem ou produz mais armas, porque que elas não são compradas
Os animais frequentemente caçados são de as impalas, búfalos, bois-cavalos. Para os casos em que os caçadores são encontrados, além de pagar as taxas previstas na lei de florestas e fauna bravia são responsabilizados criminalmente, por violação das normas previstas.
O PNG, situado na província central moçambicana de Sofala, ocupa uma área de seis mil quilómetros (com a inclusão da serra) e alberga uma população animal de diversas espécies calculada em 13 mil, mas sob forte ameaça da caça furtiva feita por pessoas que procuram na floresta a proteína animal.
Na tentativa de reduzir o aumento do número de casos, as autoridades do PNG decidiram criar um centro de educação comunitária, através do qual procuram chegar a comunidade, por sinal onde está a maior parte dos caçadores, porquanto a sua actividade tem por objectivo garantir a subsistência.
Pedro Muagura, director de Conservação do PNG, disse recentemente a AIM que ao invés de dizer “não à caça” as autoridades do parque preferem agora enveredar pela educação, e ensinar as comunidades que para ter a proteína animal não devem esperar unicamente pela floresta.
Ainda na base do centro de educação comunitária, o PNG concede microprojectos destinados a garantir a obtenção da proteína, através da criação de espécies como as codornizes, galinhas do mato, ratazanas do mato estando também em vista a possibilidade de as comunidades produzirem galinhas do mato.
“Essa é uma estratégia para diminuir a caça furtiva, porque quando as pessoas têm alternativa em casa podem reduzir as incursões feitas nas florestas”, explicou Muagura, apontando que a outra grande medida usada consiste no reforço da fiscalização.
A estratégia da fiscalização continua, segundo a fonte, abaixo das expectativas porque o PNG conta com apenas 122 fiscais, quando o número ideal seria 350 homens.
“Quando temos, por exemplo, necessidades fortes porque há muita caça furtiva, nos anos de seca, procuramos o apoio de fiscais de outros parques que vêm reforçar a nossa capacidade defensiva”, disse o director, apontando na lista de medidas o bloqueio das estradas durante o período nocturno.
Todavia, a operacionalização desta medida, segundo a fonte, é factível com a colaboração da Polícia da República de Moçambique (PRM).