A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), localizada no centro de Moçambique, anunciou a intenção de construir um museu tecnológico, com o objectivo de “preservar e divulgar a história” deste importante empreendimento.
A informação foi tornada pública através de um edital de concurso para a elaboração do conceito do projecto.
Conforme o edital, o futuro Museu Tecnológico será concebido como uma infra-estrutura icónica ao serviço da sociedade, visando preservar a história da HCB e projectar o futuro através da inovação. O museu deverá destacar-se como um símbolo cultural e arquitectónico, integrando soluções físicas, digitais e itinerantes, além de funcionar como plataforma para a promoção do turismo cultural e científico, reforçando a ligação entre tecnologia, comunidade e território.
A HCB, situada na vila do Songo, província de Tete, é reconhecida como uma das maiores obras de engenharia em África e um símbolo do desenvolvimento energético, tecnológico e sustentável de Moçambique e da região. O legado da barragem é descrito como um património arqueológico industrial de elevado valor histórico, científico e cultural, funcionando também como motor de desenvolvimento para a vila do Songo.
O projecto do museu incluirá diversas infraestruturas, como uma oficina de restauro e conservação, espaços para exposições temporárias e permanentes, uma biblioteca, um auditório e um espaço interactivo.
A HCB é responsável por mais de 80% da produção de electricidade em Moçambique, fornecendo também electricidade a países vizinhos. Desde 2007, a empresa já transferiu aproximadamente 1.590 milhões de euros ao Estado moçambicano.
A albufeira de Cahora Bassa, com uma extensão máxima de 270 quilómetros e uma área de 2.700 quilómetros quadrados, é a quarta maior de África e conta com uma profundidade média de 26 metros. Com quase 800 trabalhadores, a HCB é uma das maiores produtoras de electricidade na região austral-africana.
Construída entre 1969 e 1974, durante o período colonial português, a barragem iniciou a sua operação comercial em 1977, com uma capacidade inicial de 960 MW, actualmente ampliada para 2.075 MW. Contudo, a HCB tem enfrentado desafios na produção e comercialização de electricidade devido aos baixos níveis de precipitação, resultando em reduções nos níveis de armazenamento das águas.
A HCB é maioritariamente detida (85%) pela Companhia Eléctrica do Zambeze, com a empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) possuindo 7,5% da sua participação.

















