Trabalhadores do projecto de exploração de areias no distrito de Chibuto, na província de Gaza, apresentaram uma série de denúncias sobre maus-tratos e condições de trabalho extenuantes.
As reclamações surgem após a alegação de que dois trabalhadores terão sido soterrados e arrastados pela água durante as actividades.
Um operário descreveu a situação crítica, afirmando: “Mortes descontroladas. A empresa não conseguiu remover aquela bomba, enquanto há três meses um chinês morreu puxado pela água. Um moçambicano não sobreviveu porque a areia compactada caiu sobre ele.” Outro trabalhador acrescentou que um colega foi enterrado no subterrâneo e que apenas foi encontrado no terceiro dia, levantando preocupações sobre a rapidez da resposta da empresa em casos de acidentes.
As queixas incluem jornadas exaustivas sem descanso, transporte precário, falta de alimentação e ausência de equipamentos de segurança, factores que, segundo os trabalhadores, aumentam o risco de acidentes. “Enfrentamos muitas dificuldades, como se estivéssemos numa mina com máquinas pesadas. A empresa Dingsheng não beneficia nenhum moçambicano; estamos a sofrer, a comer mal, sem alimentação e sem condições adequadas para trabalhar,” lamentou um dos trabalhadores.
Diante da alegada violação dos seus direitos, os operários exigem uma intervenção por parte das autoridades governamentais. “Apresentamos o assunto ao governo, mas ainda não houve resultado, pois não há entendimento sobre a situação,” afirmaram.
Em resposta às denúncias, a Delegação de Inspecção de Trabalho na província de Gaza comprometeu-se a investigar os alegados maus-tratos no projecto de exploração de areias de Chibuto, que actualmente emprega mais de 600 trabalhadores.