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Educação em Inhambane desembolsa mais de 200 milhões de meticais em horas extras

O sector da Educação na província de Inhambane anunciou um desembolso superior a 200 milhões de meticais, destinado ao pagamento de horas extras a 5.142 professores, referentes aos anos de 2022 e 2023. 

Este pagamento, realizado em fases, surge após meses de reivindicações por parte dos docentes, que ameaçavam paralisar as aulas caso os seus direitos não fossem assegurados.

Em entrevista ao jornal “O País”, Manuel Liquelique, director provincial de Educação e Cultura em Inhambane, explicou a dinâmica do processo de pagamento. “O que está a acontecer é que o pagamento de horas extras ao nível nacional é feito em fases. A primeira fase já foi concluída, e estamos a aguardar a segunda fase, que brevemente será comunicada. Actualmente, 74% dos professores já foram pagos, pelo que estão nas salas a trabalhar,” afirmou.

Apesar dos avanços, permanecem por liquidar cerca de 50 milhões de meticais, correspondentes às horas extras do ano de 2023. Quanto aos pagamentos referentes a 2024, a validação ainda aguarda pela conclusão do trabalho da Inspecção Geral das Finanças. “Para o ano de 2024, as horas ainda estão a ser processadas. Recebemos esta semana a Inspecção Geral das Finanças, que está a realizar o seu trabalho e, posteriormente, os colegas serão pagos,” garantiu Liquelique.

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O impacto do pagamento parcial já se faz sentir no ambiente escolar. Embora tenha contribuído para aliviar a tensão entre os docentes, a dívida remanescente continua a ser motivo de preocupação. “Estamos a trabalhar para resolver tudo. A nossa meta é garantir que todos recebam, mas o processo segue uma lógica de fases e priorizações,” destacou o director provincial.

A recente reunião provincial de planificação do sector da educação serviu como plataforma para partilhar estes dados e discutir as prioridades para o próximo ano lectivo. Este encontro não se limitou a abordar os atrasos nos pagamentos, mas também constituiu uma oportunidade para delinear estratégias que visem melhorar as condições do sector e evitar interrupções no ensino.

Os participantes do evento enfatizaram a importância de uma maior transparência e rapidez nos pagamentos, sublinhando o papel crucial que os professores desempenham no desenvolvimento da província. “Não podemos permitir que a demora nos pagamentos continue a afectar a motivação dos nossos professores. Eles são os pilares do futuro das nossas comunidades,” afirmou Liquelique.