Quase 40 mil pessoas foram forçadas a deixar as suas casas em seis distritos de Cabo Delgado e na província vizinha de Nampula, em consequência do aumento dos ataques terroristas no norte de Moçambique.
Os dados foram divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e referem-se ao período entre 22 de Setembro e 06 de Outubro.
Segundo o relatório mais recente da OIM, a escalada de violência e a insegurança provocada por grupos armados resultaram em um total de 39.643 indivíduos deslocados, o que corresponde a aproximadamente 12.335 famílias. Os distritos mais afectados incluem Balama, Mocímboa da Praia, Montepuez e Chiúre, em Cabo Delgado, além do distrito de Memba, em Nampula.
A OIM reportou que a maior parte dos deslocados, cerca de 26.405, provém de Mocímboa da Praia, onde a insegurança nos bairros 30 de Junho e Filipe Nyusi levou à fuga em massa da população, após pelo menos dois ataques de insurgentes que resultaram em mortes durante o mês de Setembro.
No distrito de Balama, 5.585 pessoas abandonaram as localidades de Mavala e Mpake, enquanto 3.980 deslocados foram contabilizados em Montepuez, oriundos de Mararange, Mirate e Nacololo. Em Chiúre, 1.164 indivíduos foram forçados a fugir das suas casas nos últimos dias, somando-se aos aproximadamente 57.000 deslocados já registados anteriormente.
Adicionalmente, o relatório menciona 2.178 pessoas deslocadas em Memba, Nampula, devido a ataques recentes que provocaram a destruição de 45 casas em duas aldeias. O Governo de Nampula reportou que alegados grupos terroristas, deslocando-se de Cabo Delgado, incendiaram residências em dois povoados.
A província de Cabo Delgado, rica em recursos de gás, enfrenta ataques terroristas há já oito anos, com o primeiro ataque registado em Outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia. O Governo moçambicano continua a empenhar-se em garantir a segurança das populações e a protecção dos seus bens, na esperança de restaurar a normalidade nas comunidades afectadas.