O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou a sua decisão de solicitar a demissão formal de diversos ministros e directores de departamentos administrativos, numa tentativa de promover mudanças que garantam um maior cumprimento do programa governamental.
A informação foi divulgada através da rede social X, onde Petro expressou a sua determinação em focar os esforços do governo nos 18 meses restantes do seu mandato.
A decisão surge na sequência de uma reunião ministerial que se prolongou por seis horas que foi marcada por tensões e acusações mútuas entre o Presidente e vários membros do seu gabinete, devido a falhas na gestão governamental.
Esta discussão acesa resultou na demissão imediata de Jorge Rojas, director do Departamento Administrativo da Presidência da República e figura de confiança de Petro, assim como do ministro da Cultura, Juan David Correa.
A situação continuou a evoluir com a saída da secretária jurídica da Presidência, Paula Robledo, e, mais recentemente, a ministra do Ambiente, Susana Muhamad, que anunciou a sua demissão. Muhamad, que se destacou nas sondagens sobre o desempenho do governo, é vista como uma potencial candidata em futuras eleições, o que gera especulações sobre o seu futuro político.
O clima de incerteza no governo foi intensificado pelas declarações do ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que já havia sugerido a demissão de todo o executivo, considerando a situação insustentável após a tensa reunião. Apesar disso, Cristo permanece em funções por ora.
Durante a reunião tumultuada, Susana Muhamad e outros membros do governo expressaram o seu apoio à vice-Presidente, Francia Márquez, que criticou a nomeação de Armando Benedetti como chefe de gabinete presidencial. Benedetti, ex-senador, está envolvido em vários casos de corrupção e um recente escândalo de violência doméstica, o que levou Muhamad a afirmar: “Como feminista e como mulher, não posso sentar-me à mesa do gabinete do nosso projecto progressista com Armando Benedetti.”
Apesar das críticas, Petro defendeu a permanência de Benedetti, que foi fundamental no financiamento da sua campanha eleitoral em 2022. Em resposta à controvérsia, a agora ex-ministra do Ambiente declarou que “não podia ter um abusador de mulheres como chefe”.