Internacional Ex-funcionário da Sonangol condenado a prisão na Suíça

Ex-funcionário da Sonangol condenado a prisão na Suíça

O antigo presidente da Sonangol Distribuidora, Paulo Gouveia Júnior, foi condenado a uma pena de 36 meses de prisão por corrupção, num tribunal suíço.

Este veredicto também incidiu sobre a companhia suíça Trafigura e um dos seus diretores, que foram penalizados por envolvimento em práticas corruptas em Angola.

O tribunal decidiu que a Trafigura deverá pagar uma multa de 3,3 milhões de dólares, além de uma indemnização de 145,6 milhões de dólares. Mike Wainwright, ex-diretor de operações da Trafigura, foi sentenciado a 32 meses de prisão, dos quais 12 meses deverão ser cumpridos efetivamente.

É curioso notar que tanto Wainwright como Gouveia Júnior possuem um passado desportivo notável, com Wainwright a ter sido piloto de automóveis de competição e Gouveia Júnior um antigo jogador de futebol do Petro de Luanda.

Durante o processo, os procuradores suíços acusaram Gouveia Júnior de ter recebido cerca de cinco milhões de dólares em subornos, em troca da aprovação de oito contratos de fretamento de navios e um contrato de abastecimento à Trafigura. Tais acordos terão rendido à empresa suíça um lucro aproximado de 145 milhões de dólares. A pena de Gouveia Júnior foi parcialmente suspensa, obrigando-o a cumprir 14 meses de prisão efetiva, enquanto os restantes 22 meses ficam suspensos por um período de dois anos.

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Até ao momento, a localização de Paulo Gouveia Júnior é desconhecida, uma vez que não se apresentou para a leitura da sentença e havia anteriormente declarado a sua inocência em relação às acusações.

O juiz Stephan Zenger, ao explicar o veredicto, sublinhou as “falhas organizacionais” da Trafigura, afirmando que seria expectável que uma empresa da sua magnitude tivesse um controle mais rigoroso sobre os pagamentos feitos a intermediários. “As deficiências observadas não são negligenciáveis”, destacou o juiz durante a audiência.

O advogado de Wainwright anunciou a intenção de recorrer do veredicto, o que suspende a pena de prisão enquanto se aguarda a decisão sobre o apelo.