A governante moçambicana expressou a sua preocupação em relação ao recente congelamento de financiamentos por parte do governo dos Estados Unidos, afirmando que este apoio é crucial, especialmente nas áreas sociais.
“É um grande desafio porque o apoio dos EUA é extremamente importante, particularmente nas áreas sociais. Então, nós teremos que ver, com os nossos recursos, como podemos redireccionar alguns recursos para essas áreas, para que elas não fiquem sem nenhuma estrutura de desenvolverem as suas actividades”, disse a responsável.
O Departamento de Estado norte-americano anunciou na última sexta-feira a suspensão de novos financiamentos para quase todos os programas de ajuda em todo o mundo, excepto para programas humanitários alimentares e ajuda militar a Israel e ao Egito. Esta medida, que envolve um congelamento por 90 dias, afecta particularmente os fundos canalizados pela agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), reconheceu a governante.
“Não vale a pena a gente se antecipar. Então vamos esperar, entretanto, vamos fazer a nossa gestão interna”, afirmou, sublinhando que o país já enfrentou situações preocupantes no passado e conseguiu gerir os seus recursos. “Eu acredito que desta vez também vamos conseguir gerir com os nossos recursos internos”, acrescentou.
O congelamento de financiamentos foi implementado através de uma directiva enviada às embaixadas dos EUA em todo o mundo, o que limita a continuidade dos programas de ajuda a depender do dinheiro disponível em caixa. O Departamento de Estado irá avaliar quais programas poderão continuar a ser financiados.
A directiva surge na sequência de uma ordem executiva de congelamento de ajuda, assinada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, no primeiro dia do seu segundo mandato. Esta decisão, que desapontou especialmente trabalhadores humanitários, não inclui isenções que poupam clínicas e outros programas de saúde ao congelamento.
Em contrapartida, os EUA anunciaram recentemente uma doação de 435 mil euros para assistência às vítimas do ciclone Chido, que devastou várias regiões de Moçambique em Dezembro, causando pelo menos 120 mortos. O valor, disponibilizado pela USAID, visa atender “às necessidades urgentes” das populações afectadas, especialmente na província de Cabo Delgado, no norte do país. O embaixador dos EUA em Moçambique, Peter H. Vrooman, destacou que “a nossa assistência fornecerá ajuda vital às pessoas mais impactadas pelo ciclone, ajudando a aliviar o sofrimento humano e a apoiar os esforços de recuperação”.