Menos de uma semana após o colapso do regime ditatorial de Bashar al-Assad, os rebeldes sírios adoptaram uma nova bandeira nacional, assinalando o início de uma nova era para o país.
A mudança, que ocorreu no último domingo, dia 8 de Dezembro, já pode ser observada em várias representações diplomáticas espalhadas pelo mundo.
A nova bandeira, que apresenta três estrelas vermelhas dispostas entre as cores verde, branca e preta, substitui a antiga bandeira síria, que era composta por vermelho, preto e branco, com duas estrelas verdes. Esta alteração foi uma das primeiras medidas tomadas pelos extremistas do grupo Hayat Tahir Al-Sham (HTS) após a sua invasão à capital, Damasco.
Historicamente, a nova bandeira remete a um período de resistência e luta pela liberdade, tendo sido utilizada como símbolo oficial da Síria entre as décadas de 1920 e 1960, durante a colonização francesa. Por sua vez, a antiga bandeira, em vigor desde 1980, foi adoptada durante o regime de Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad.
A mudança de estandarte representa não apenas uma nova identidade nacional, mas também o que muitos consideram o fim da dinastia Assad no país. Já em algumas embaixadas sírias, como na Alemanha, Tunísia, Grécia, Bélgica e Rússia, a nova bandeira foi hasteada, sinalizando uma mudança de paradigma nas relações diplomáticas.
Entretanto, o futuro político da Síria permanece incerto. O HTS anunciou a formação de um governo de transição, previsto para funcionar até Março do próximo ano. Além disso, o grupo indicou Mohammad al-Bashir como o novo primeiro-ministro, após negociações com o antigo premiê da era Assad.
Al-Bashir tem vínculos com o Governo de Salvação Sírio (SSG), um braço político do HTS que controlou partes do noroeste sírio durante a prolongada guerra civil.
