O Hospital Geral de Mavalane, localizado na capital do país, está a enfrentar uma séria escassez de alimentos essenciais, o que está a comprometer significativamente o tratamento, a cura e a recuperação dos pacientes internados nesta unidade de saúde.
Anteriormente, os pacientes recebiam três a quatro refeições diárias, mas actualmente estão limitados a um máximo de duas refeições por dia, frequentemente sem incluir frutas e ovos, importantes fontes de vitaminas essenciais para a saúde. A falta de comida suficiente para todos os pacientes leva a uma dependência crescente das visitas de familiares para garantir a alimentação.
O jornal “Notícias” investigou as condições de acolhimento conversando com doentes internados e com aqueles que recentemente receberam alta. Uamusse, que teve alta recentemente, relatou ter passado fome durante os três dias em que esteve internado. “A minha família demorou a saber do meu internamento, e, por isso, passei o primeiro dia sem comer, alimentando-me apenas com papas na manhã do dia seguinte”, explicou Uamusse.
Os pacientes com anemia, diabetes e deficiência de vitaminas estão particularmente afectados pela falta de frutas e ovos, inexistentes no hospital. Essa situação coloca alguns pacientes na dependência da generosidade dos visitantes e familiares de outros internados, como relatou J. Nhatumbo, que esteve internada numa das enfermarias. “Os pacientes sem visitação de familiares são prioritários para receber um pouco de comida. Em alguns casos, quando os nossos familiares não aparecem, ficamos sem comer”, lamentou.
Um paciente internado, que preferiu manter o anonimato, visivelmente enfraquecido, expressou a sua preocupação com a deterioração da sua saúde devido à falta de alimentos com a medicação. “A comida que recebi era insuficiente. Gostaria de ir para casa para terminar a medicação, onde a alimentação não será um problema, mas não tenho outra alternativa”, queixou-se.
O director do hospital, Mário Jacobe, afirmou que a carência de alimentos deve-se à falta de financiamento para a sua aquisição, uma situação que persiste há mais de um ano. Para lidar com a crise, o hospital foi forçado a reduzir a quantidade e o número de refeições, adaptando-se à demanda dos pacientes, enquanto aguarda a liberação de fundos por parte do Governo e parceiros.