Cerca de 25 pilotos da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) encontram-se actualmente sem actividade, mas continuam a receber os seus salários mensalmente.
Em Novembro, completarão um ano nesta situação, uma realidade que se deve à falta de aeronaves disponíveis para operação.
A situação é clara: a LAM não dispõe de aviões próprios para operar, e a maioria dos que utiliza encontra-se alugada, com tripulações e assistentes de bordo próprias, predominantemente estrangeiros. Apenas uma das aeronaves, uma Q400, conta com uma equipa mista composta por assistentes moçambicanos e estrangeiros. Quando a LAM opta pelo aluguer de aviões, inclui automaticamente a tripulação, o que agrava ainda mais a ociosidade dos seus pilotos.
Segundo o semanário Savana, a LAM está a cumprir suas obrigações financeiras, incluindo as despesas e alojamento de cerca de 65 profissionais de equipas de bordo estrangeiras que operam a sua frota. Existe também a suspeita de que o modelo de aluguer de aeronaves, que inclui o avião, a tripulação, o seguro e a manutenção, e que tem um custo estimado de três mil dólares por hora, esteja a beneficiar cartéis de interesses dentro da empresa.
Enquanto isso, o presidente da Comissão de Gestão da LAM, Dane Kondic, permanece fora do país e poderá completar dois meses fora de Moçambique esta quarta-feira. O modelo de gestão que está a utilizar para dirigir a companhia permanece incerto.
Numa conferência realizada há mais de um mês, o Conselho de Administração tripartido, composto pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a Companhia de Filtração de Moçambique (CFM) e a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), garantiu que o regresso de Kondic seria breve, esclarecendo que ele se deslocou à Austrália para tratar de assuntos pessoais e rescindir alguns contractos.
