Internacional Sudão: Número de deslocados internos ultrapassa 10 milhões

Sudão: Número de deslocados internos ultrapassa 10 milhões

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O número de pessoas deslocadas internamente no Sudão, que está em guerra desde Abril de 2023, já ultrapassou os 10 milhões, anunciou a agência das Nações Unidas para as migrações.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou à agência Associated Press que esta contagem inclui cerca de 2,8 milhões de pessoas que já tinham sido forçadas a abandonar as suas casas antes do início do conflito actual, devido a diversos confrontos locais nos últimos anos.

Além disso, mais de dois milhões de sudaneses foram deslocados para o estrangeiro, principalmente para os países vizinhos Chade, Sudão do Sul e Egipto, conforme referiu o porta-voz da OIM, Mohammedali Abunajela.

O conflito no Sudão começou em Abril de 2023, quando as crescentes tensões entre os líderes militares e os paramilitares da Força de Apoio Rápido resultaram em combates na capital Cartum, que rapidamente se espalharam para outras partes do país.

A causa principal do conflito reside em fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar – agora declarado organização terrorista – nas Forças Armadas. Esta integração falhada, iniciada em 2019 após o derrube do regime de Omar Hassan al-Bashir, culminou no actual estado de guerra.

Segundo a OIM, a situação das mais de 10 milhões de pessoas deslocadas, das quais mais de metade são mulheres e mais de um quarto são crianças com menos de cinco anos, é considerada a pior crise de deslocação interna do mundo.

“Imagine uma cidade do tamanho de Londres a ser deslocada. É isso que está a acontecer, mas com a constante ameaça de fogo cruzado, fome, doenças e brutal violência étnica e de género”, alertou a directora-geral da OIM, Amy Pope, num comunicado.

A guerra no Sudão já causou mais de 30.000 mortos, de acordo com dados da União Médica Sudanesa.

Tanto o exército sudanês como os paramilitares foram acusados por várias organizações internacionais de terem cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo o uso de violência sexual e limpeza étnica, o que levou a sanções por parte de países como os Estados Unidos contra as partes envolvidas no conflito.