O presidente russo, Vladimir Putin, assinou na sexta-feira, no Kremlin a anexação de quatro regiões da Ucrânia controladas pelo seu exército e prometeu aos russos a “vitória” após sete meses de ofensiva militar no país.
A cerimônia de formalização das anexações, que marca um ponto de virada no conflito e na história recente pós-soviética, ocorreu horas depois de pelo menos 30 pessoas terem sido mortas em um bombardeio na região sul da Ucrânia de Zaporizhzhia em um dos piores ataques contra civis em meses.
Putin pareceu desafiador durante um discurso para a elite política russa, alertando que a anexação era irreversível e instando os militares ucranianos a deporem suas armas e negociarem.
Mapa da Ucrânia com as regiões onde Moscou e as autoridades locais pró-russas organizaram referendos de anexação à Rússia entre 23 e 27 de setembro.
“Digo isso ao regime de Kiev e seus mestres no Ocidente: os habitantes de Lugansk e Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia se tornaram nossos cidadãos para sempre”, disse Putin.
“Pedimos ao regime de Kiev que pare imediatamente os disparos, todas as hostilidades e retorne à mesa de negociações”, acrescentou Putin.
Entretanto, em um salão lotado, as autoridades reunidas no Kremlin gritaram “Rússia! Rússia!” em uníssono depois que os quatro líderes regionais ratificaram o pacto.
Neste contexto, os Estados Unidos anunciaram mais sanções contra autoridades russas e a indústria de defesa do país, dizendo que os aliados do G7 concordaram em sancionar qualquer Estado que apoie as anexações.
Contudo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que a Ucrânia assinará um pedido de adesão acelerada à Otan, em um vídeo postado nas redes sociais.