O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique coloca em causa afirmações de uma comissão de inquérito, segundo a qual não há uma rede de exploração sexual de reclusas na prisão de Ndlavela.
A organização da sociedade civil Centro de Integridade Pública foi a autora das denúncias que levaram à constituição de uma comissão de inquérito para averiguar alegados abusos a reclusas na cadeia feminina de Ndlavela, em Maputo. O relatório oficial chega à conclusão que não houve abusos cometidos no exterior da cadeia.
Edgar Jossai, pesquisador do CIP, afirma que o Governo não pode assumir a existência da alegada rede de exploração sexual de reclusas, para não colocar em causa todo o sistema judiciário.
Jossai assegurou que a ministra da Justiça e Assuntos Constitucionais, Helena Kida, obteve informação concreta do CIP ainda antes de se deslocar à cadeia de Ndlavela. “Essa informação envolvia nomes bem como as caras das reclusas”, disse Jossai.
O CIP deteta fragilidades no relatório da comissão de inquérito. “Esperamos que essas lacunas do relatório da comissão sejam sanadas com as investigações que o Ministério Público está a conduzir. Que o Ministério Publico traga informação credível que vá de acordo com a realidade que se está a viver no estabelecimento penitenciário de Ndlavela”, disse Jossai.