A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) manifesta a sua indignação pelo sequestro do empresário português Francisco José Casquinha, ocorrido na passada terça-feira no centro de Maputo.
O empresário, proprietário da empresa NBC, especializada na venda de acessórios automóveis, motos e outros veículos, foi raptado quando se dirigia às suas instalações na Avenida Zedequias Manganhela.
Em comunicado emitido pela CTA, sublinha-se que este ato delituoso continua a prejudicar o ambiente de negócios no país. A confederação expressa assim a sua profunda preocupação e condena veementemente o crime perpetrado contra o empresário. Este sequestro se soma a outros seis registos de rapto já ocorridos este ano, que permanecem sem explicação adequada.
O comunicado ressalta que este tipo de crime representa um grave revés às iniciativas de recuperação económica, que investidores e empresários têm estado a desenvolver para tirar o país da crise económica, fruto de vandalismo, pilhagens e destruição das infraestruturas empresariais, acontecimentos que tiveram lugar há menos de um ano, após as turbulências eleitorais resultantes de resultados amplamente considerados fraudulentos.
A CTA acredita que actos de sequestro desincentivam os negócios interessados em investir em Moçambique. “A insegurança e a instabilidade são armas que minam um ambiente de negócios saudável e atractivo”, sublinha a declaração. “Reafirmamos o nosso compromisso em continuar a lutar por um Moçambique mais seguro para o desenvolvimento da actividade empreendedora e de negócios prósperos numa sociedade de justiça social e segurança para todos”.
O comunicado ainda alerta para a disseminação de actos de terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado. “Recentemente, também ocorreram actos terroristas no distrito de Memba, na província de Nampula, agravando a incerteza e desmotivação entre os principais intervenientes na promoção do emprego e desenvolvimento nacional”, indica a organização.
Até ao momento, as autoridades policiais não se pronunciaram sobre o sequestro do empresário em Maputo. Tal como em raptos anteriores, a vítima foi capturada a plena luz do dia, numa rua movimentada. Os raptores utilizaram um veículo que se afastou rapidamente em direção à cidade vizinha de Matola, sem que haja indícios de que a polícia tenha tentado interceptar o automóvel.