Nacional França enfrenta nova greve geral contra a reforma do sistema de pensões

França enfrenta nova greve geral contra a reforma do sistema de pensões

Escolas fechadas, hospitais a meio gás, transportes paralisados e a torre Eiffel encerrada é o cenário que França enfrenta na terça-feira (17), em novo dia de greve geral contra a proposta de reforma do sistema de pensões apresentada pelo Governo, desta vez com o reforço da central sindical Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).

Professores, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, advogados, magistrados e trabalhadores do sector dos transportes e outros funcionários públicos aderiram à greve convocada por todos os sindicatos para contestar o novo sistema universal de pensões, que pretende substituir os 42 subsistemas actuais, e que, entre outras medidas, incentivará o aumento da idade de reforma dos franceses. Embora mantenha a idade legal de reforma nos 62 anos, estabelece uma majoração para quem deixar o trabalho mais tarde, e penalizações para quem sair mais cedo, estabelecendo a chamada “idade de equilíbrio” aos 64 anos.

Segundo uma sondagem da empresa Harris Interactive, 62 % dos franceses apoiam a greve, ainda que 69% dissessem que seria bom haver uma trégua para o período de Natal. Isto porque o sector mais afectado são os transportes públicos, sobretudo os caminhos-de-ferro e o Metro. Segundo os sindicatos, um terço dos trabalhadores dos caminhos-de-ferro e 75% dos maquinistas aderiram à greve desta terça-feira, e há oito linhas de Metro paradas em Paris. São números inferiores aos registados no primeiro dia da greve, a 5 de Dezembro, diz o Le Mondemas é já 13.º dia de greve dos transportes, que ameaça durar até ao final do ano, sem pausas para o Natal ou passagem de ano.

Entre os professores há 24% em greve, de acordo com o Ministério da Educação. Muitos médicos juntaram-se ao movimento de protesto, porque os hospitais enfrentam uma enorme crise de falta de fundos – estima-se que faltem 1300 milhões de euros para que os hospitais possam funcionar em 2020, quando o Orçamento de Estado apenas destina 300 milhões suplementares, escrevem 600 médicos numa carta de protesto tornada pública na segunda-feira.

Público