A renúncia foi amplamente comemorada no Parlamento. O anúncio também foi imediatamente comemorado por um ensurdecedor concerto de buzinas na capital Harare.
Alguns manifestantes já estavam na rua, pedindo a saída de Mugabe em frente ao Parlamento, que discutia o processo de impeachment. Também houve celebração no centro de Johannerburgo, na África do Sul.
Na segunda-feira (20), expirou o prazo dado pelo seu partido, a União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF, na sigla em inglês), para que ele renunciasse e os parlamentares iniciaram o processo.
Após a entrega da carta, o processo de impeachment foi suspenso. Um porta-voz do Parlamento afirmou que trabalha em questões legais para garantir que o novo líder seja empossado até o final desta quarta-feira.
De professor respeitado, Mugabe se tornou um déspota obcecado pelo poder. Chegou ao poder em 1980, aplaudido como herói, após a guerra de independência do império britânico. Disse certa vez que iria governar o Zimbábue até os 100 anos.
Após o anúncio de renúncia, Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, do qual o Zimbábue foi colónia, disse que a decisão oferece uma “oportunidade de um novo caminho livre de opressão”. “Como o amigo mais antigo do Zimbábue, faremos o que podemos para apoiar” a transição do país, acrescentou May em comunicado.
Os Estados Unidos disseram que se trata de um “momento histórico” e pediram “eleições livres e justas”. “Esta noite marca um momento histórico para o Zimbábue. Quaisquer que sejam os acordos a curto prazo que o governo possa estabelecer, o caminho a seguir deve levar a eleições livres, justas e inclusivas”, diz o comunicado da embaixada dos EUA em Harare.
G1