Sociedade Detidos seis assaltantes do estaleiro da empresa chinesa em Dondo

Detidos seis assaltantes do estaleiro da empresa chinesa em Dondo

Seis indivíduos estão detidos no comando distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Dondo, província de Sofala, indiciados no assalto a um estaleiro no posto administrativo de Mafambisse, no qual ameaçaram o respectivo proprietário de nacionalidade chinesa, tendo-o roubado 1.500 mil meticais, por volta das 17:00 horas do dia 27 de Maio.

Dos detidos, três, nomeadamente Joaquim Ernesto, de 25 anos, Manico António (27) e Nelson António (23), são agentes da empresa Mamba Segurança. Eles, no dia do crime, estavam a guarnecer o local, pesando sobre eles as suspeitas de terem facilitado a acção dos bandidos no interior do estaleiro.

Outros três detidos são Domingos Joaquim João (24), Mário António (23), que se deslocaram ao local na companhia de outros cinco a monte, e António Zito (20), trabalhador do estaleiro.

Com dinheiro roubado e dividido, alguns elementos da quadrilha haviam comprado vários bens, dos quais a Polícia recuperou quatro motas, uma coluna sonora, um amplificador, um colchão, um jogo de panelas, para além de dinheiro no valor de 26 mil meticais.   

Manico António confessou que conjuntamente com seus colegas guardas, facilitou a entrada de sete indivíduos no estaleiro, tendo estes simulado amarrá-los. Depois, apoderam-se de duas armas com as quais ameaçaram o proprietário do estaleiro, a fim de roubar o dinheiro.

Fui contactado por Isaque, um dos elementos do grupo que sabia que o proprietário do estaleiro tinha dinheiro, dizendo que queria a nossa facilitação. Falei com os meus colegas e aceitaram. O grupo chegou na altura em que estávamos a comer, por volta das 16:00 horas. Eles simularam estar a amarrar-nos para depois se dirigirem ao proprietário do estaleiro, tendo-o ameaçado e roubado dinheiro” – contou.

Manico António disse que o grupo apenas portava catanas e serrote. Depois de se apoderar de duas armas e consumado o roubo, retirou-se do local quando se aperceberam da presença de elementos da empresa Barrões Segurança, que circulavam nas mediações do estaleiro.

Ele afirmou que não recebeu nenhuma quinhenta do dinheiro roubado, porque na altura da divisão do valor, a Polícia havia-lhe encarcerado: “Apenas fiquei com o telemóvel que o grupo havia comprado para comunicação sobre o roubo”.

Recomendado para si:  Ataques terroristas em Memba deixam população em estado de alerta

Mário António, um dos assaltantes, contou que participou do crime a convite do seu amigo Isaque e foram facilitados pelos guardas da empresa Mamba Segurança. Disse que do dinheiro roubado beneficiou-se de 100 mil meticais, tendo usado parte do valor para a compra da mota, que veio a ser apreendida pela Polícia.

Quando me apercebi que a Polícia estava no meu encalço, fugi para o distrito de Marromeu, onde depois fui detido”, disse. 

À excepção de António Zito, trabalhador do estaleiro, todos os detidos confessaram o envolvimento no assalto.

Não participei no assalto. Estava a trabalhar quando os assaltantes chegaram. Eles bateram-me com a catana. Quando a Polícia chegou, levou-me para as celas. Não estou envolvido na acção”, negou António Zito.

O responsável do estaleiro visado, Shang Long Jia, parco em palavras, disse que os ladrões treparam o muro e introduziram-se no interior, ameaçaram-no e roubaram o dinheiro. Afirmou que os cães existentes no local, que normalmente ladram quando se apercebem de movimento estranho, naquele dia não foram capazes.

Na sequência deste assalto, o proprietário do estaleiro trocou a empresa de segurança do sítio, preferindo Barrões Segurança. Aliás, Manico António revelou que nunca treinou e nem sabe disparar uma arma. Contudo, foi incorporado como agente de Segurança Mamba.  

O porta-voz da PRM de Sofala, Daniel Macuácua, lamenta o facto de agentes de empresas de segurança privada estarem envolvidos em roubos nos locais que controlam. Disse haver necessidade destas firmas recrutarem pessoas idóneas para as suas fileiras. Precisou que o comando provincial vai continuar a consciencializar neste sentido.

Contudo, afirmou que diligências decorrem para a neutralização de outros elementos da quadrilha, sendo que o auto foi aberto contra os detidos e corre trâmites legais.

Diário de Moçambique