Indivíduos ainda não identificados furtaram 763 quilogramas de marfim, correspondentes a 85 pares de troféus, no armazém dos Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia da Província do Niassa.
A acção criminal, que se saldou na retirada das elevadas quantidades de troféus, ocorreu no período compreendido entre Abril no ano transacto e igual mês do corrente ano.
Para lograr os seus intentos, na sua última incursão, os malfeitores ainda a monte usaram instrumentos contundentes para romper o tecto de betão do local onde se encontrava armazenado o produto, disse a AIM fonte competente da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
“Nos últimos anos, o país tem estado a registar o envolvimento de pessoas de várias nacionalidades no abate e comercialização dos produtos faunísticos“, disse Jorge Fernando, agente dos serviços de fiscalização, anotando que as pontas de elefante, cornos de rinocerontes, dentes, pele e unhas de leão e leopardo são os principais troféus alvos do tráfico.
Para averiguar a situação, segundo Fernando, foi criada uma equipa envolvendo os Serviços de Investigação Criminal (SERNIC) e técnicos da ANAC que culminou com a elaboração de um auto, a luz da nova lei de conservação da biodiversidade, e foi submetido à Procuradoria Provincial da República para efeitos de acusação.
De acordo com a Peace Parks Foundation, os crimes contra a vida selvagem representam a quarta maior actividade ilegal do mundo, depois do tráfico de drogas, da falsificação e do tráfico de pessoas.
Esses crimes movimentam pelo menos 15 mil milhões de euros ao ano e põem em perigo, não apenas a fauna, mas também o turismo nas áreas protegidas da África, um dos motores do Produto Interno Bruto (PIB) da região.
Nos últimos cinco anos, a população de elefantes passou de pouco mais de 20 mil para cerca de 10.300 nas diversas áreas de conservação existentes do país.
AIM