A justiça norte-americana acusou uma antiga enfermeira do Texas, pela morte de um bebé de 11 meses, em 1981, a quem terá injectado uma quantidade letal de um medicamento usado no tratamento da epilepsia.
Mais de 30 anos depois da morte do pequeno Joshua Sawyer, Genene Jones – considerada o “Anjo da Morte” pela imprensa norte-americana – é suspeita de ter matado cerca de 60 bebés, durante o exercício da sua profissão, desde o fim dos anos 70 até ao início da década de 80, na zona de San Antonio, Texas, de acordo com um comunicado emitido pelo gabinete do procurador do Condado de Bexar, Nico LaHood.
Em Dezembro de 81, Jones terá dado a Joshua uma dose tóxica de medicamentos para evitar convulsões, enquanto trabalhava na unidade de cuidados intensivos de pediatria do antigo Centro Hospitalar de Bexar.
Em 1983, o “The Washington Post”, que voltou a noticiar agora o caso, escreveu que as autoridades competentes estavam a investigar as causas que estavam a levar à morte, de forma inexplicável, dezenas de crianças no hospital.
No ano seguinte ao da publicação da peça, em 1984, Jones foi condenada a 99 anos pela morte de um outro bebé, de 15 meses, dois anos antes. A criança, Chelsea McClellan, foi, segundo o que ficou provado, injectada com um forte relaxante muscular, na clínica médica de Kerville, onde Jones trabalhava.
Também nesse ano, foi condenada a 60 anos de prisão por ter causado ferimentos graves a uma terceira criança, Rolando Santos, de quatro semanas, a quem administrou um anticoagulante que podia ter tido efeito letal.
Mas, apesar de Jones estar a servir em simultâneo as duas penas que, supostamente, a deixariam presa para o resto da vida, a ex-enfermeira poderá ser libertada já em Março do próximo ano, por bom comportamento, usufruindo da lei vigente na altura em que foi presa.
Antes de ser libertada, vai ser transferida para Bexar, onde esperará julgamento pelas novas acusações – relacionadas com a morte de Joshua Sawyer – que a poderão colocar novamente na cadeia de mulheres de Gatesville, no Texas, onde cumpre pena.
Durante as investigações aos casos, diz o “The New York Post”, as autoridades tiveram em conta várias motivações que poderão ter levado a mulher a, comprovadamente, tirar a vida a tantas crianças. A vontade de destruir a reputação dos médicos e o desejo de adoecer as crianças propositadamente para lhes restaurar a saúde estão na lista das hipóteses.
O procurador Nick Rothe disse em tribunal que Jones matou Chelsea McClellan “pelo seu próprio enriquecimento”. “O seu ego precisava que houvesse crianças criticamente doentes que justificassem a necessidade de uma unidade de pediatria de cuidados intensivos, com ela no comando“, declarou.
JN