No mesmo dia em que uma bomba explodiu na cidade de Yola, no Nordeste da Nigéria, matando ao menos 32 pessoas e ferindo outras 80, a Presidência do país acusou um ex-conselheiro de segurança de roubar US$ 2 biliões (cerca de 90 biliões de meticais) destinados ao combate ao Boko Haram.
Em um comunicado, Femi Adesina, assessor do presidente Muhammadu Buhari, acusa Sambo Dasuki — figura-chave do governo de Goodluck Jonathan, que não conseguiu a reeleição este ano — de fazer contratos-fantasma para comprar 12 helicópteros, quatro caças e munição. Nenhum deles foi entregue.
“Milhares de vidas poderiam ter sido salvas se o dinheiro fosse investido”, criticou o assessor.
Dasuki está sob prisão domiciliar, e se recusou a responder perguntas sobre a questão. Outros supostos envolvidos também foram detidos.
Ataque
A explosão de Yola aconteceu num mercado hortifruti perto da estrada principal da capital de Adamawa, um dos estados com maior actuação do Boko Haram. O local estava lotado, segundo a polícia.
“O chão perto da minha loja estava coberto de corpos. Ajudei a descarregar 32 em cinco veículos”, contou Alhaji Ahmed, dono de uma tenda no local.
A cidade tinha sido visitada recentemente por Buhari, que garantiu que o grupo terrorista Boko Haram, muito activo na região, estava prestes a ser derrotado.
Não houve reivindicação de autoria do ataque. Atentados a Yola, Maiduguri (Borno) e outras cidades fortes do Boko Haram já deixaram milhares de mortos nos últimos anos. Ao menos mil pessoas morreram no combate ao grupo terrorista desde a posse de Buhari.
O Globo