Sociedade Saúde Estudo mostra que tratar malária custa três vezes mais que no exterior

Estudo mostra que tratar malária custa três vezes mais que no exterior

Um estudo publicado pelo Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), mostra que o preço de tratamento da malária em Moçambique, é três vezes mais caro que, o praticado no mercado internacional. Foi durante a palestra anual em Saúde Global, realizada em Maputo, que o estudo foi divulgado.

O estudo revela que em Moçambique, concretamente no distrito da Manhiça, local onde (local usado como amostra), o tratamento de malária da primeira linha denominado Coartem custa acima de 4 dólares americanos contra 1,5 dólar que é cobrado ao nível do mercado internacional.

A maioria dos residentes do distrito da Manhiça são financeiramente frágeis, e quando contraem malária, são obrigados a recorrer ao mercado informal para poder adquirir os medicamentos, com todos os riscos adjacentes, tal como refere Katia Munguambe, investigadora no CISM.

“O que acontece é que, no mercado informal, o doente é obrigado a negociar o preço por comprimido e não a doze completa, tal como recomendam as instruções médicas uma vez que, não tem dinheiro suficiente para o efeito. O tratamento acaba não sendo eficaz”, explicou. Acrescentou que a malária continua a ser um grave problema da saúde pública em Moçambique, ou seja, primeira causa da morte no país.

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Ensaios clínicos

O director do CISM, Eusébio Macete disse que neste momento, está-se a desenvolver uma vacina de prevenção da malária cujos ensaios clínicos se encontram na sua terceira fase.

Terminada esta fase, que de acordo com Eusébio Macete, espera-se que tenha lugar até ao final deste ano, os resultados do mesmo serão submetidos à Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências internacionais ligados ao sector para sua aprovação.
E a partir daí, caberá ao governo moçambicano decidir quando é que essa vacina começará a ser usada pelo Sistema Nacional de Saúde.

Falhas de estratégias

O Presidente da Fundação Manhiça e antigo Primeiro-ministro Pascoal Mocumbi, diz que, até ao momento as estratégias de combate a malária em Moçambique, continuam a falhar devido a falta de coordenação entre as autoridades da saúde e as comunidades.

Indica também que a falta de coordenação atinge os parceiros da cooperação internacional que apoiam o Governo moçambicano no combate a doença.