A população que fugiu do conflito armado no posto administrativo de Pembe, reassentada em Chijingure, nas redondezas da vila de Homoíne, está com receio de regressar às suas zonas de origem, pela incerteza do que possa vir a acontecer nos próximos dias, apesar de o Governo local ter afirmado que a região já está segura.
Jacinto Américo Azarias, líder do segundo escalão do povoado de Catine, disse, em declarações à nossa Reportagem, que a população continua fora do povoado, porque “todos estão com medo de morrer”.
“Mesmo eu estou a viver em Chijingure porque tenho medo de morrer, algumas vezes eu e alguns jovens que estão aqui comigo vamos para lá ao povoado só para espreitar as casas, se alguém arrombou as portas e daí voltamos”, disse.
Dados em nosso poder indicam que vivem em Catine perto de quinhentas famílias que abandonaram as suas casas desde o início das movimentações militares entre a Renamo e o Governo. Recorde-se que na guerra dos 16 anos o povoado de Catine serviu de segunda base da guerrilha da Renamo depois da base de Chibassa, localizada no distrito de Homoíne.
Narciso Filimone, líder do segundo escalão na sede do posto administrativo de Pembe em Homoíne, disse que as pessoas voltam só para ver as suas residências, para ver se não foram destruídas e daí regressam.
As forças governamentais encontram-se no terreno, garantindo segurança nas instituições do Estado com maior enfoque para o centro de saúde local.