Nacional Empreiteiro abandona obras na estrada Maxixe-Homoíne

Empreiteiro abandona obras na estrada Maxixe-Homoíne

A empresa zimbabweana IC Tarco, que estava a reabilitar e a fazer manutenção da estrada que liga Maxixe-Homoíne, um troço de cerca de 27 km, abandonou as obras no primeiro semestre do ano em curso sem dar qualquer tipo de explicações.

Os gestores da empresa simplesmente desaparecem sem deixar rastos, deixando os seus trabalhadores com salários em atraso de 11 meses.

A nível da direcção das Obras Públicas e Habitação (OPH) e da delegação da Administração Nacional de Estradas (ANE), na província de Inhambane, ninguém fala sobre o assunto. Sabe-se que o empreiteiro recebeu cerca de 11 milhões de dólares norte-americanos pela obra. Este dinheiro é de um empréstimo feito pelo Governo ao banco alemão Kneditarstar Fur Weidraufbau.

O Canalmoz contactou o vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, Francisco Pereira, que confirmou a paralisação das obras no troço Maxixe-Homoíne, tendo dito que o empreiteiro irá devolver o dinheiro, e caso contrário serão tomadas medidas judiciais. A fonte garantiu que o Governo já notificou a empresa IC Tarco de modo a explicar sobre a paralisação da reabilitação daquela via.

Salários em atraso

Em declarações ao nosso jornal os ex-trabalhadores da empresa disseram que, para além de ter abandonado as obras, a IC Tarco também está a dever cerca de onze meses de salários, facto que já foi reportado à Direcção Provincial do Trabalho na Província de Inhambane, para além do tribunal judicial do distrito de Maxixe.

Segundo apurámos, a empresa trabalhava com técnicos e engenheiros zimbabweanos. Os moçambicanos eram simples trabalhadores.

O Canalmoz visitou o estaleiro da IC Tarco, situado na vila sede de Homoíne. No terreno já não há máquinas que estavam a facilitar os trabalhos, excepto um cilindro nivelador que está abandonado ao longo da estrada no cruzamento de Maputo.

Entretanto, as obras só foram executadas em menos da metade, iniciando a partir do bairro Chambone-6 na cidade de Maxixe, até mais 10 quilómetros. Daí para frente a estrada continua degradada até Homoíne.

Má qualidade da obra

Apesar de não ter mais de seis meses após a reabilitação, os cerca de dez quilómetros da estrada que se beneficiou das obras já têm buracos.