Sociedade Educação MINED estuda agravamento das taxas para exames extraordinários

MINED estuda agravamento das taxas para exames extraordinários

A Comissão Nacional de Exames, Certificação e Equivalências (CNECE) do Ministério da Educação (MINED) está a estudar mecanismos para agravar as taxas de inscrição para os exames extraordinários nos próximos tempos, como parte da estratégia que visa desencorajar o registo de candidatos que depois não se apresentam no momento da avaliação, o que prejudica o Estado.

Segundo a edição de hoje, do matutino Notícias, a possibilidade está a ser considerada a nível da CNECE, que se mostra inconformada com o nível de absentismo registado na última edição de exames extraordinários do Ensino Secundário Geral em Julho último, na qual o número de faltosos ultrapassou a cifra dos cinco mil.

Entretanto, o Notícias afirma que a decisão final sobre o procedimento a adoptar para corrigir a situação só poderá ser tomada após a conclusão da avaliação geral do processo que se deverá seguir à conclusão da análise das reclamações submetidas à comissão por alguns candidatos insatisfeitos com os resultados das provas.

Segundo fonte do Departamento de Exames da CNECE, ainda não foi concluído o processo de avaliação estatística dos resultados dos exames, cujo número poderá ser influenciado pelo tratamento a ser dado a cada uma das reclamações apresentadas pelos candidatos.

Com relação à possibilidade do agravamento das taxas de inscrição aos exames, o presidente da CNECE, Jafete Mabote, manifestou a inquietação da sua instituição pelos prejuízos económicos e materiais causados pela sistemática reprodução de um determinado número de materiais para as provas, muitos dos quais acabam por não ser usados devido a ausência de um número considerável de candidatos aos exames.

Mabote entende que as faltas ao exame podem ter uma relação directa com o facto de as taxas pagas serem baixas e não serem revistas há mais de oito anos.

Outra das preocupações da CNECE tem a ver com o baixo índice de aproveitamento registado nos exames extraordinários, situação que as autoridades consideram que pode estar associado ao fraco nível de preparação dos candidatos, a despeito dos investimentos que têm sido feitos no apetrechamento de bibliotecas e disponibilização de materiais de apoio aos interessados.

Ainda não há indicações sobre o nível de aproveitamento alcançado na última edição de exames, mas pelo número de faltas registadas ao longo do processo as autoridades receiam que o aproveitamento não chegue a superar os anos anteriores.

“As autoridades da Educação já vieram a público anunciar que estão a equacionar a abolição gradual dos exames extraordinários nos moldes em que são realizados actualmente, em que o candidato não precisa estar vinculado a nenhum sistema para garantir que tenha tido algum contacto formal com as matérias ao longo do ano”, escreve o Notícias.

A expectativa do Ministério da Educação é assegurar que os potenciais candidatos a exames extraordinários possam se inscrever nos cursos de Ensino à Distância como forma de garantir a sua ligação ao sistema.

Segundo projecções oficiais, o subsistema de ensino à distância deverá absorver dez por cento dos alunos do Ensino Secundário Geral (ESG) até 2016.