Alguns membros da sociedade civil na província de Gaza, sul do país, dizem estar preocupados com o desaparecimento de programas que se dedicavam ao combate e prevenção contra o HIV-Sida.
Este sentimento foi exteriorizado na passada sexta-feira, em Xai-Xai, a capital provincial, durante o II Conselho Directivo Alargado do Conselho Nacional do Combate ao Sida (CNSC), dirigido pelo Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina.
Para os membros da sociedade civil, este facto faz com que os jovens não se beneficiem dos conhecimentos sobre a prevenção do HIV-Sida.
Um representante da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da Família (AMODEFA), Benedito Mateus, apontou também como um dos problemas que apoquenta o país o facto de alguns jovens que vivem ou trabalham na vizinha África do Sul regressarem a Moçambique totalmente debilitados, o que torna difícil o seu tratamento.
“Nós devemos buscar a experiência do Zimbabwe. Fizemos inquéritos em Manica com prostitutas moçambicanas e zimbabwenas. Deste inquérito notamos que as trabalhadoras de sexo da Zimbabwe não aceitavam relações sexuais sem o preservativo, mesmo quando os clientes prometiam aumentar o pagamento, mas as moçambicanas aceitaram”, disse.
Mateus acredita que para erradicar este problema é necessário que se fortifique a componente de educação no país.
Reagindo o facto, o director provincial de Saúde de Gaza, Isaías Ramiro, reconheceu haver algum abrandamento na componente de educação para a prevenção da pandemia.
“A parte de prevenção, que é a mais importante, já não existe. O que está acontecer é aposta no tratamento”, disse o director.
A província de Gaza tem o maior índice de prevalência com um total de 25 por cento. Por isso, recomendou-se na ocasião a prevenção como o melhor método de evitar-se a transmissão da doença.