O número de alunos por cada professor reduziu consideravelmente nos últimos quatro anos no ensino primário em Moçambique, apesar de ainda prevalecer o problema de superlotação das turmas.
Falando esta quarta-feira em Gondola, província central de Manica, o Ministro da Educação, Augusto Jone, disse que, no início do presente quinquénio – que termina em 2014 -, o rácio alunos-professor em Moçambique era de 76, número que baixou para os actuais 65 alunos.
“Nós estamos a melhorar, mas sabemos que ainda é alto”, disse Jone, falando a jornalistas momentos após a abertura do Conselho Coordenador do Ministério da Educação (MINED) referente ao presente ano, que decorre em Gondola, sob o lema “Vamos aprender! Construindo competências para um Moçambique em constante desenvolvimento”.
“O rácio professor-aluno não é apenas uma questão numérica. Quanto menor for o número de alunos, maior é a interacção entre o professor e o aluno”, acrescentou o Ministro.
Este ano, o ensino primário público matriculou um total de 5,4 milhões de alunos que estudam em cerca de 16 mil escolas espalhadas pelo país. O número de professores existentes no país não permite a distribuição desses alunos em turmas de 48 a 50 pessoas, como seria o desejável no ensino primário.
“O desejado no ensino primário é 48/50. Um dia chegaremos lá, mas agora vamos trabalhando com o que é possível. Como sabem, há escolas que no passado o professor lidava com 70/80/90 alunos, mas vamos continuar a descer em função das capacidades do Governo”, disse o Ministro.
Para este quinquénio, a meta do sector da educação é de reduzir o rácio para 60 alunos por professor e para isso é necessário tomar uma série de medidas, nomeadamente o recrutamento de mais professores.
“Nos últimos anos temos estado a recrutar uma média de sete a oito mil professores por ano. Esse é o esforço do Governo para a diminuição do rácio”, disse o governante.
O elevado número de alunos por turma é considerado como um dos factores que influenciam o fraco rendimento escolar e consequentemente a qualidade do ensino.
Nos últimos anos, em oposição ao aumento do número de alunos matriculados, a qualidade de ensino em Moçambique tem vindo a deteriorar, particularmente no ensino primário, onde muitos concluem esse ciclo sem saber ler, escrever ou fazer exercícios básicos de Matemática.