Uma equipa de médicos moçambicanos, composta por dois cirurgiões cardiovasculares e um anestesista reanimador, partem na próxima sexta-feira, para os Camarões onde vão operar pacientes, particularmente crianças, que sofrem de doenças de coração.
Para além da realização de cirurgias, eles vão complementar as acções de formação e capacitação dos profissionais no Centro de Cirurgia Cardíaca daquele país, em curso desde o ano 2010, segundo revela esta quarta-feira o jornal Notícias.
Trata-se dos cirurgiões Adriano Tivane e Sozinho Estafene e o anestesista João Macave, quadros do Instituto do Coração (ICOR), na cidade de Maputo, que vão trabalhar durante sete dias nos Camarões com a previsão de operar 10 crianças.
Esta é a quinta vez consecutiva que estes especialistas participam nesta iniciativa que visa, essencialmente, dotar os médicos camaroneses de autonomia de executar cirurgias cardiovasculares em crianças e adultos, tal como já acontece no país.
Adriano Tivane é citado pela nossa fonte, a dizer que, logo após a chegada aquele país, no domingo, que o grupo vai iniciar com o diagnóstico dos doentes a serem submetidos a cirurgia, condição indispensável para evitar falhas durante as operações.
Explicou ainda que esta iniciativa data do ano 2010 quando foram convidados a fazer parte de uma equipa de médicos estrangeiros que ia apoiar a operacionalização do Centro de Cirurgia Cardíaca dos Camarões, localizado em Sishong, a 600 quilómetros da capital Yaounde, ainda na sua fase de formação.
No mesmo ano, segundo a fonte, os médicos nacionais regressaram sozinhos àquele país para continuar com o trabalho iniciado em conjunto, formar os cirurgiões e anestesistas que lidam com problemas cardiovasculares naquele centro.
Tivane revelou igualmente que em cada uma dessas ocasiões a equipa conseguiu operar com sucesso, uma média de 15 pacientes, entre adultos e crianças, em intervenções que contaram com a participação de médicos, enfermeiros e técnicos locais.
“A ideia não é operar um elevado número de pacientes, mas criar condições para que as cirurgias efectuadas sejam um exemplo a replicar pelo pessoal médico local que, na nossa ausência, continua a trabalhar com os doentes”, referiu.