Todos os serviços de atendimento aos pacientes voltaram a funcionar em pleno, no Hospital Rural de Muxúnguè, depois de dez dias consecutivos da fraca procura destas actividades por causa do clima de tensão que se seguiu logo após os ataques de homens armados da Renamo, naquele distrito de Chibabava, em Sofala.
De acordo com o director clínico daquela unidade sanitária, Pedro Vidamão, citado pelo jornal Notícias, a presença invulgar dos elementos das forças da defesa e segurança no terreno até reforçou a colecta de sangue, superando o “stock” normal diário de dez para 18 unidades deste precioso líquido humano.
Ainda movidos por este espírito de salvar eventuais vidas humanas em risco, 30 jovens da Igreja Adventista 7º Dia também seguiram gesto semelhante nos últimos dias, sendo que parte do líquido doado vai mesmo alimentar o Hospital Central da Beira.
Na sequência das últimas incursões armadas, segundo a nossa fonte, o número de adesão dos doentes aos serviços do Hospital Rural de Muxúnguè tinha baixado consideravelmente da média diária de 380 para mais de 100.
Depois de uma relativa acalmia, entre 5ª e 6ª feira, foram atendidos 269 pacientes no primeiro dia e 319 no dia seguinte, divididos em Triagem de Adultos, Pediatria, Consultas Pré-Natal e Doenças Crónicas, Estomatologia, Oftalmologia, Programa Alargado de Vacinação, Banco de Socorros, Maternidade, Perícias Médicas Legais, Serviços de Adolescentes e Jovens incluindo Cirurgias. No mesmo período, os partos dispararam de três para dez por dia.
Alguns doentes ali internados que se apresentavam em estado moderado que unilateralmente tinham abandonado a assistência por medo durante os tiroteios tendem a regressar, havendo já sete pacientes, principalmente na Enfermaria da Medicina.
Todavia, Vidamão apelou à comunidade de Muxúnguè no sentido de retomar a sua vida normal, pois, conforme precisou, se continuar nas suas casas hão-de aparecer no hospital em estado mais grave, o que pode eventualmente contribuir para a melhoria lenta do seu quadro clínico.
RM