Este pedido é dirigido às primeiras-damas africanas, ministros de Saúde, decisores, médicos, especialistas que estão reunidos desde ontem em Maputo, para discutir a problemática dos cancros do colo do útero, da mama e próstata por serem patologias, entre cancros, que mais afectam e matam no continente.
A solicitação tem a ver com o facto de nas províncias não existirem serviços de oncologia, o que leva a que os doentes com tumores sejam transferidos para o Hospital Central de Maputo, para o tratamento adequado. Porém, tratando-se de tratamento prolongado, acabam ficando muito tempo longe dos seus parentes
Quinta Francisco, 45 anos, sofre de cancro (não sabe dizer de que tipo) e pede serviços de oncologia nos hospitais provinciais. Justifica o seu desejo: “Sou da Beira, província de Sofala. Estou internado há mais de quatro meses nesta enfermaria (Oncologia do Hospital Central de Maputo) longe da minha família, esposa e filhos. Há vezes que precisamos de sangue, mas não temos ninguém perto para doar, dependemos da boa vontade de terceiros”, lamentou.
Tendo serviços de oncologia nas províncias, os afectados acreditam que aliviaria o sofrimento dos doentes, sobretudo em fase terminal, porque poderão passar os últimos momentos da sua vida com pessoas próximas e que mais amam.
“Não sei quando é que voltarei para Beira. Deixei os meus filhos, marido e o meu trabalho”, refere Sirena Malunga, 48 anos, que há meses está internada no Hospital Central de Maputo, devido a um tumor no peito.
DIAGNÓSTICO APROPRIADO
Entre os doentes, estava um paciente com cancro no esófago, de 44 anos de idade, cuja identidade não revelou, a fazer quimioterapia. Conta que ia ao hospital, mas não se descobria o problema que tinha. Já na fase avançada foi-lhe diagnosticado o cancro do esófago.
“Peço para que os cientistas, especialistas descubram melhores formas de diagnóstico para se detectar os problemas ainda na fase inicial. Que se faça campanhas de educação sobre as causas desses cancros, que cuidados as pessoas devem ter e o que comer para reduzir o risco de desenvolver estas patologias”, entende a nossa fonte.
Uma outra paciente com cancro da mama, que também não revelou o nome, pede para que se recupere a máquina de radioterapia que há anos não funciona no Hospital Central de Maputo ou se adquira outra para aliviar o sofrimento das pessoas com tumor.
A radioterapia é uma forma de actuação terapêutica que utiliza radiação ionizante, como os raios X, raios gama ou partículas subatómicas, para lesar ou destruir as células dos tumores malignos.
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