De acordo com o delegado provincial da Administração Nacional de Estradas (ANE), Fernando Dabo, o abandono das obras, o mau desempenho, bem como o incumprimento das instruções do objecto de trabalho fazem parte do pacote das irregularidades detectadas pelos fiscais dessas obras, situação que obrigou a que o Governo rescindisse os respectivos contratos e lançasse novos concursos para contratação de outras empresas para a conclusão dos trabalhos que não chegaram ao fim.
Trata-se dos troços Zandamela/Chissibuca, numa extensão de cerca de 16 quilómetros, Morrumbene/Mabaiane, numa distância de 68 quilómetros, Mabote/Tome, num percurso de 40 quilómetros, Mabote/Tissolo, numa extensão de 28 quilómetros, e Mabote/Chicaiane, numa distância de 25 quilómetros. Estas secções de estradas, entre primárias e secundárias, tinham sido adjudicadas a empreiteiros que nunca mostraram evolução em termos de cumprimento das cláusulas contratuais.
Fernando Dabo explicou também que na Inharrime /Maxixe, passando pelas vilas dos distritos de Panda e Inharrime, em curso desde 2008, cujo projecto tinha em vista a introdução de uma nova tecnologia na área da construção e reabilitação das estradas com recurso ao calcário, foi estabelecido o mês de Outubro próximo como novo prazo para a entrega da obra pelo empreiteiro zimbabweano que nos últimos dois anos vem enfrentando dificuldades para a conclusão das obras.
“Fixamos aquele prazo, o terceiro desde que a empresa vem manifestando dificuldades de ordem financeira, situação que já originou duas paralisações de actividades por atraso de pagamento de salários aos trabalhadores. Neste momento, a empresa tem dívidas de três meses, por isso os trabalhos estão a meio gás porque os trabalhadores estão descontentes. De qualquer forma, mantemos o último prazo, vamos ver se até lá a obra será ou não concluída”, disse Fernando Dabo.
Falando sobre a qualidade dessa obra no troço Maxixe/Homoíne que ou utilizadores põem em causa, pois, antes da sua conclusão, há já fendas e buracos em algumas secções, o delegado da ANE disse que a qualidade da obra tem sido matéria de avaliação pela empresa no quadro da introdução de uma nova tecnologia considerada menos onerosa na reabilitação e asfaltagem de estradas.
O delegado da ANE naquela região do país acrescentou que além da qualidade questionada da asfaltagem Maxixe/Homoíne, bem como a rescisão dos contratos em outros troços, a secção Pambara /Save ao longo da Estrada Nacional Número Um continua a preocupar a sua instituição pelo facto de não existir ainda financiamento para a sua reabilitação dado o seu avançado estado de degradação.
“Estamos a trabalhar em busca de financiamento para reabilitar aquele troço que continua a dificultar a normal circulação de pessoas e bens. Mas devo dizer que já foi contratado um fiscal para a elaboração do respectivo projecto de engenharia enquanto contínua a mobilização de fundos para cobrir as obras de reabilitação daquele troço”, indicou Fernando Dabo.
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