Economia “Xicalamidade” que ameaça engolir Fernão de Magalhães

“Xicalamidade” que ameaça engolir Fernão de Magalhães

Vende-se quase tudo e nesse processo não conta o local mas sim o resultado: dinheiro. O que está a acontecer faz crer que as autoridades municipais perderam o controlo da situação, numa cidade onde muitos procuram fazer qualquer negócio desde que dê dinheiro.

Da postura camarária já ninguém ousa falar. É claro que a procura é maior e o mercado é bastante concorrido, sendo que os vendedores também vão tomando o local à altura da procura. A poluição sonora vem condimentar o já insuportável clima instalado. É que a musicalidade produzida pelos promotores de venda do produto ensurdece a qualquer um que passe por ali. A ideia é vender e vender maior número de peças possíveis. Por isso, há que cantar para convencer. É assim que se faz o marketing na frenética Fernão de Magalhães.

Mesmo ciente de que muitas famílias sobrevivem ou têm fonte de rendimento a partir da venda informal, no caso “Xicalamidade”, há que ditar as regras de jogo e não deixar que sejam as pessoas a fazê-lo; que as autoridades “dancem a música” de alguns munícipes que infringem as regras, vivendo de atropelos em atropelos.

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A venda de roupa usada já descaracterizou parte da baixa de Maputo, com destaque para as avenidas Guerra Popular, Filipe Samuel Magaia com o epicentro na Fernão de Magalhães.

É constrangedora a “privatização” da avenida Fernão de Magalhães e seus passeios, sobretudo entre a Filipe Samuel Magaia e Guerra Popular, onde os vendedores ocupam de forma firme e continuada aquele espaço, avançando cada dia que passa para o centro da faixa de rodagem, embaraçando o já complicado tráfego resultante do crescente parque automóvel. Já não se fala de passeio que só se usa durante a noite e/ou às primeiras horas da manhã pois, porque depois vira mercado.

Nos passeios, os transeuntes encontram muitas dificuldades porque está tudo tomado. Será que as autoridades municipais não podem fazer nada perante a acção dos informais que tende a ganhar a zona? Por este andar deixaremos de estar na cidade das Acácias, mas sim da “Xicalamidade”, uma vez que aparentemente ninguém estranha. De outra forma teria havido já alguma acção por parte de quem de direito.

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