Pelo menos 150 mil eleitores foram registados nos cadernos eleitorais até ontem em todo o país, anunciou ontem o Director-geral do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).
Falando ao “Notícias”, Felisberto Naife disse que, deste número, cerca de 30 por cento foram registados entre domingo e terça-feira, logo após a reposição das novas impressoras, em substituição das inicialmente colocadas que se deparavam com problemas de incompatibilidade com os tinteiros existentes.
Com efeito, na sexta-feira e sábado da semana passada o STAE procedeu à distribuição, pelos cerca de 660 postos de recenseamento espalhados por todos os distritos que inserem as autarquias locais nacionais, de 750 novas impressoras para substituir as problemáticas.
Segundo o Director-geral deste organismo eleitoral, as últimas impressoras foram entregues sábado às autarquias da província do Niassa, concluindo-se assim o ciclo de reposição.
Aliás, a nossa fonte disse que este trabalho foi feito em paralelo com alguns casos de aquisição, a nível das províncias, de impressoras para substituírem as problemáticas. “Nesta operação, os STAEs provinciais acabaram por adquirir 80 novas impressoras nos mercados locais, o que fez com que as operações do recenseamento não parassem, por completo”, disse.
Outra medida de contingência tomada pelas delegações provinciais e distritais do STAE para minimizarem a questão da incompatibilidade das impressoras inicialmente adquiridas e os tinteiros existentes foi a instrução emanada pela direcção-geral do organismo no sentido de se utilizar este tipo de aparelho usado nos processos de recenseamento anterior, deste que tais se mostrassem em condições para tal.
“Isso, em alguns distritos, foi feito”, sublinhou o Director-geral do STAE.
No que concerne ao processo ora em curso, Felisberto Naife reconheceu a existência de alguns constrangimentos, particularmente no que se refere à lentidão do manuseamento dos computadores por parte dos brigadistas; exigência de documentação não prevista na lei para a inscrição de eleitores; recusa de reconhecimento de alguns documentos, como é o caso do Bilhete de Identidade antigo, cédula pessoal, entre outros.
A este propósito, Naife explicou que a sua instituição emitiu já uma instrução no sentido de orientar as brigadas a facilitarem, em todos os sentidos possíveis, a inscrição de eleitores. Explicou que tecnicamente o Bilhete de Identidade (BI) antigo apresenta alguns problemas, pois o computador não o reconhece como BI devido ao número de dígitos. “É que o novo BI tem mais dígitos na sua numeração em relação ao anterior. A máquina está configurada para reconhecer o BI através do número de dígitos da sua numeração. É um problema que esperamos ultrapassar o mais breve possível. Em relação à documentação que está prevista na lei, essa vai ser utilizada sim, depois dos esclarecimentos sobre eventuais mal entendidos”, sublinhou o nosso interlocutor.
Instado a pronunciar-se sobre se existem condições técnicas para se recensearem os pouco mais de 3,5 milhões de eleitores previstos, durante o tempo que resta para o fim do recenseamento, Naife garantiu que todos os esforços vão ser feitos nesse sentido.
“Para tal iremos intensificar as nossas acções de fiscalização e monitoria. A par disso, iremos realizar balanços semanais até o final do primeiro mês do censo com vista a delinearmos estratégias para “atacar” o segundo mês com maior acutilância”, enfatizou.
“O nosso trabalho, agora, é no sentido de analisarmos os problemas caso a caso, à medida que vão surgindo. Procuramos entender a sua causa para assim conseguirmos uma solução adequada”, frisou para depois referir-se ao gradualismo do domínio dos equipamentos informáticos por parte dos brigadistas.
“À medida que o processo vai decorrendo, os brigadistas ganham traquejo e rapidez no manuseamento dos computadores, daí que dos 150 mil eleitores recenseados até hoje (ontem) mais de 30 por cento foram inscritos nos últimos dois dias”, sublinhou Felisberto Naife para depois frisar que o STAE vai, a par destas medidas, intensificar as acções de educação cívica nos 53 municípios do país.
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