Com efeito, segundo constatou a nossa Reportagem numa ronda efectuada pelas unidades sanitárias da capital provincial, aqueles funcionários estão melhorando o atendimento e dirigem-se aos pacientes com algum humanismo e urbanidade, contrariamente ao que acontecia ao longo da greve.
Nesta altura, segundo reportámos oportunamente, aqueles funcionários compareciam nos seus postos de trabalho mas demonstravam manifesta falta de vontade, arrogância para com os doentes como forma de exteriorizar o seu desacordo com o salário que auferem actualmente.
No Hospital Provincial de Chimoio, por exemplo, onde era difícil encontrar médicos moçambicanos empenhados no trabalho, estes voltaram a ocupar os seus postos. No gabinete onde uma médica fechou a porta com violência na cara de uma paciente como forma de explicar que no seu consultório o atendimento é dirigido, ontem já isso não estava acontecendo.
Uma mulher que diz chamar-se Francisca Manuel disse ter respirado de alívio quando ouviu que a greve dos médicos tinha chegado ao fim, porque na semana finda foi vítima de mau atendimento quando se dirigiu ao Hospital Provincial de Chimoio, com problemas no baixo-ventre.
Ela dirigiu-se àquela unidade sanitária para ter acesso a uma consulta de ginecologia, mas a profissional de Saúde que a atendeu mandou-lhe voltar e fechou a porta do consultório com violência, alegando que aquele não era local de consultas normais, mas sim das marcadas com antecedência.
O bom atendimento já também regressou aos Serviços de Urgência Pediátrica do Hospital Provincial de Chimoio, onde há dias um funcionário passou uma receita para um paciente que não tinha escrito correctamente, o que não permitiu o acesso aos medicamentos na farmácia.
O paciente acreditou poder estar na origem deste raro caso aquele clima de nervosismo através do qual não se concentrou devidamente no sentido de escrever como mandam as regras. A receita teria sido mal escrita, não indicando que tipo de penicilina, se injectável ou oral, e sem indicar as modalidades de toma.
Também a paz regressou ao Centro de Saúde Eduardo Mondlane onde, semana passada, um paciente queixou-se da forma arrogante como terá sido atendido quando para lá se dirigiu, a fim de ter uma consulta em virtude das dores de barriga que o atormentavam.
Os pacientes disseram à nossa Reportagem que pela forma como estão sendo atendidos, tudo indica que o ambiente de greve silenciosa amainou e os funcionários já se dirigem de forma cortês aos utentes.
Pela quarta semana consecutiva, a greve dos médicos continuava sem muita aderência em Manica. Depois de terem entrado na reivindicação, nos primeiros dois dias, pelo menos oito médicos, a situação viria a normalizar-se quando seis destes retomaram os seus postos de trabalho, mas havia indícios de greve silenciosa.
Assim, segundo dados oficiais, todas as unidades sanitárias funcionaram em pleno em toda a província durante a prevalência da greve cujo impacto foi considerado incipiente em Manica.
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