O presidente da República, Armando Guebuza, afirmou que o Japão está interessado em apoiar a agricultura, em particular o programa ProSavana, que prevê o desenvolvimento agrícola de cerca de 10 milhões de hectares nas províncias de Nampula, Niassa e Zambézia, afectando a vida de cerca de 4 milhões de pessoas.
Falando a jornalistas moçambicanos ontem, em Yokohama, no final da Quinta Conferência de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD V), frisou ainda que, em parceria com o Brasil, o Japão está interessado em tornar a região abrangida pelo ProSavana num lugar em que os pequenos camponeses, aumentando a sua produção e a sua produtividade, possam passar a ser produtores comerciais.
“O alcance do ProSavana é impressionante. Daqui a 10 anos quando vermos aquela zona ficaremos impressionados com o que vai acontecer porque os níveis de desenvolvimento serão muitíssimo altos. Os níveis de produção agrícola também vão ser muitíssimo altos e a capacidade de transformar aqueles produtos em outros mais enriquecidos e com maior valor acrescentado também será impresionante”, disse.
Fazendo um rescaldo dos seus encontros com vários homens de negócios, o Presidente Guebuza afirmou que o sector privado japonês manifestou bastante interesse em continuar e até mesmo expandir os seus projectos já iniciados em Moçambique.
“Manifestou igualmente interesse em participar em novos projectos, incluindo os ligados às pequenas e médias empresas, que para nós são fundamentais, por ser a área que nos permite ter muitos empregos no país”, frisou.
Sobre a participação moçambicana no TICAD V, onde o Japão se comprometeu a financiar com cerca de 32 biliões de dólares os esforços do desenvolvimento de África nos próximos cinco anos, Armando Guebuza disse ter sido um acontecimento de grande importância não só por ter permitido reforçar a amizade, como também definir formas de o Japão participar no desenvolvimento do Continente Africano. No que respeita à participação de Moçambique na TICAD V, Armando Guebuza frisou ainda que “vimos aqui confirmar que Moçambique é muito respeitado pela sua acção política, mas também pelos interesses que o Japão tem na área económica e também pelos interesses muito grandes que Moçambique tem de atrair mais investimentos japoneses”.
“O melhor aproveitamento que se pode fazer da TICAD V é garantir que os acordos e os projectos em curso entre Moçambique e o Japão sejam efectivamente implementados e, se houver espaço, ampliados. Penso que as condições estão prontas para esse fim. O acordo que foi rubricado abragendo a área económica comprova esta determinação de ambas partes continuarem a trabalhar nesse sentido”, disse.
Entretanto, o Chefe do Estado deixou ainda ontem o Japão com destino à Coreia do Sul, onde inicia hoje uma visita oficial.
Jornal Notícias