A afirmação foi feita na segunda-feira por Maria Iolanda Wane, presidente do Conselho de Administração da EMTPM, para quem a superlotação dos autocarros, aliada ao regime de funcionamento que varia de 20 a 22 horas por dia e a degradação das vias, concorre para a redução da vida útil da frota.
Para Maria Wane, a solução da crise de transporte que se assiste na cidade de Maputo, de modo particular, e com tendência de agravamento de ano para ano, não deve ser procurada apenas na EMTPM, mas num sistema integrado de transporte que junte os sectores público e privado.
Com uma frota nominal de 353 autocarros, aquela empresa resultante da extinção em 2011 da TPM, opera às primeiras horas de cada dia com uma média de 110 a 130 unidades, que se revelam insuficientes para as necessidades dos utentes, como até se pode atestar das enchentes nos terminais e paragens.
Embora se tenha transformado em Empresa Municipal de Maputo, aquela transportadora possui várias rotas para os bairros da Matola e distritos de Boane, Marracuene e Manhiça, alargando o seu campo de acção para além do território da capital.
A PCA falava em conferência de Imprensa convocada basicamente para anunciar a introdução de uma nova abordagem na componente de manutenção da frota, com vista a torna-la fiável e prolongar a sua vida útil.
Nesse sentido, durante o quinquénio 2012/16 a empresa quer reduzir o tempo de reparação de um autocarro de 24 horas para apenas oito e igualmente baixar o intervalo que se leva para socorrer uma viatura avariada em plena viagem dos pouco mais de 60 minutos para metade.
Para além de reforçar as oficinas gerais em meios humanos e materiais, a empresa quer melhorar o funcionamento da área do piquete, criando condições para que os autocarros sejam revistos entre a hora do parqueamento, cerca das 23 horas, e a do início da actividade, por volta das quatro horas. A ideia é que haja mecanismos de verificar os níveis de óleo, água, calibragem de pneus, entre outras questões que a não serem acauteladas com regularidade concorre para que os carros parem em plena viagem, transtornando os utentes.
Questionada sobre verbas para a materialização da anunciada reforma na manutenção, Maria Wane, explicou que não haverá nenhuma nova injecção de fora da instituição. A empresa vai reorientar os recursos internos para o cumprimento das metas.
Jornal Noticias