O “Notícias” apurou junto de algumas vítimas que a sabotagem visa forçar os automobilistas a parquearem os seus carros nas instalações da EDM e pagarem aos vigilantes que guarnecem aquele local, num negócio que acontece sem o conhecimento da empresa proprietária do espaço.
A ideia é os automobilistas estabelecerem contratos com os vigilantes que os permitam guardar os seus veículos no parque da EDM só a partir das 20:00 horas e retirá-las até às 5:00 horas da manhã seguinte, pagando no final de cada mês uma quantia de 1500,00 meticais.
No entanto, como nem todos conseguem pagar esse valor, muitos residentes do bairro da Maxaquene B, onde se localiza o parque, parqueiam as viaturas na Avenida Milagre Mabote, defronte das instalações da EDM, na expectativa de estas não serem vandalizadas, dada a presença de vigilantes.
Mas debalde, porque é neste mesmo local onde os veículos acabam ficando sem alguns acessórios, como espelhos, faróis e até pneus vazios. Na maioria dos casos os principais indiciados destes actos têm sido os guardas envolvidos no negócio.
As sabotagens têm sido frequentes naquele local e uma das últimas vítimas foi Basílio Langa, residente naquele bairro que, tal como é habitual, deixou o seu carro no local e na manhã seguinte este já estava com os pneus vazados.
“Deixei o carro em forma e na manhã seguinte estava com os pneus vazios e no local haviam pegadas de botas dos guardas afectos ao parque da EDM”, narrou o visado.
“Não é a primeira vez que isso acontece, alguns vizinhos perderam acessórios por não terem negociado com os guardas. Pior é que quando estes são questionados respondem que nada podem fazer porque não somos seus clientes”, acrescentou.
No entanto, a Electricidade de Moçambique, através da sua assessora de Imprensa, distanciou-se das artimanhas usadas pelos vigilantes da Macro Segurança para guardar viaturas alheias nas suas instalações. A instituição garantiu que medidas serão tomadas nos próximos dias para resolver a situação.
A empresa Macro Segurança presta serviços à EDM e por via da relação contratual existente entre as duas instituições a resolução dessa situação passa por a empresa de segurança responder por eventuais actos praticados pelos seus agentes.
No local dos factos a nossa Reportagem conversou com um dos chefes de turno da Macro Segurança que não se quis identificar. Ele confirmou a existência de vários casos dessa natureza mas não com o envolvimento dos seus colegas.
Jornal Noticias