O Ministério da Educação (MINED) deve mais de 100 milhões de meticais aos professores que leccionam em regime de turma e meia e horas extras, em todo o país. O facto foi confirmado no último sábado, em Nampula, pelo vice-ministro da Educação, Francisco Itai Meque, durante um encontro com os professores de todos os subsistemas de ensino, gestores e outros quadros do sector ao nível daquela província.
Segundo Meque, o valor faz parte de uma dívida acumulada de cerca de seiscentos milhões, que, entretanto, está a ser amortizada de forma gradual e à medida da disponibilidade financeira. O governante afirmou que decorrem a um ritmo bastante animador negociações com o Ministério das Finanças para o pagamento de toda a dívida, ainda este ano.
O vice-ministro da Educação respondia, assim, a uma série de inquietações levantadas pelos professores, relacionadas sobretudo com a demora ou mesmo não pagamento dos subsídios de horas-extras, de excessiva carga horária laboral e bónus de antiguidade. Os profissionais do sector da educação suspeitam que o dinheiro esteja a ser usado pelos respectivos gestores.
Outra questão abordada na reunião prende-se com a demora dos vistos de nomeação e progressão de carreira por parte do Tribunal Administrativo. Carlos Julião, professor da Escola Primária Completa de Namutequeliua, arredores da capital provincial, é um dos que sente na carne esta situação. O visado trabalha há catorze anos como contratado e não vislumbra qualquer sinal de, um dia, entrar no Aparelho do Estado.
O mesmo problema foi apresentado pelos professores António Yuwa, Manuel Lola e Marcelino Jaime (com mais de 30 anos de carreira) mas que ainda reivindicam a sua integração definitiva na Função Pública e outros benefícios. Outros intervenientes no encontro denunciaram ao governante o que descreveram de ʺincompetênciaʺ de alguns gestores afectos à Direcção provincial da Educação de Nampula e a determinadas escolas.
O País