Actualmente empresário de sucesso em múltiplas áreas de negócio, o nosso entrevistado assegurou estar a viver de forma condigna e não passa necessidades por ter deixado de ser membro do Governo provincial de Gaza onde dirigiu várias empresas estatais.
Nascido em Xai-Xai, lá já passam pouco mais de seis décadas, na vida, este homem de estatura mediana, calculista no que diz e no que faz, João Macucha, ou simplesmente “tio” Macucha como é carinhosamente tratado por gente de todas as faixas etárias, tem se caracterizado por uma total ausência de medo para enfrentar os mais complicados desafios.
Forjado durante os 35 anos da sua passagem pela Função Pública e empresas com participações do Estado, desde a EMOPESCA, COMEC, Macucha foi, durante vários anos, director provincial do Comércio, em Gaza, cargo que exerceu até 2003, altura da sua aposentação.
Segundo ele, a possibilidade hoje de poder estar na reforma e a tempo inteiro ter a possibilidade de se dedicar à vida privada, lhe dá muito prazer e lhe permite colocar em prática uma série de experiências acumuladas ao longo do tempo em que esteve vinculado ao Estado.
Pioneiro na implantação de pequenos negócios na capital provincial de Gaza, Macucha instalou primeiro, na cidade de Xai-Xai, a pequena oficina de montagem, desmontagem e reparação de pneus. Foi igualmente o “tio” Macucha que trouxe à Xai-Xai, a primeira unidade de comercialização de pintos e rações, assim como a ele lhe coube o mérito de ter criado a primeira clínica dentária privada.
O nosso entrevistado, que ao longo dos últimos 10 anos que coincidem com a década da sua desintegração como funcionário público, tem ainda no vasto rol de iniciativas por ele tomadas, para dar respostas a algumas necessidades básicas dos munícipes e de todos aqueles que por ali passam, a instalação na zona alta da cidade, de um complexo comercial que inclui uma livraria e uma sala de conferências que, actualmente, é igualmente usada como discoteca.
“Era necessário encontrar formas para que depois que me desliguei das funções que vinha desempenhando no Estado, pudesse ter muito mais tempo para pensar em mim próprio e na minha família”, disse acrescentando que, “através da minha entrega à actividade privada e provar que cada um de nós, com o seu saber, disciplina e, sobretudo, muito trabalho, passar o período de aposentação numa situação se calhar muito melhor do que quando estava a prestar serviços ao Estado”.
Segundo ele, a longa experiência acumulada durante o exercício na Função Pública, lhe permitiu ter um conhecimento mais profundo das necessidades do quotidiano e as soluções a serem dadas a cada momento.
De acordo com a nossa fonte, há que se tomar medidas preventivas para que a aposentação não seja uma espécie de um prévio atestado de óbito porque, segundo ele, o país está prenhe de riquezas e oportunidades por explorar sendo, para tal, necessário que as pessoas sejam mais proactivas.
João Macucha disse lamentar algumas situações que se vivem um pouco por todo o lado, particularmente no Aparelho do Estado, onde se registam muitos casos de gente que receia passar à reforma depois de cumpridas as missões que lhes foram atribuídas, tudo isso porque querem ficar apegadas ao poder e manter, indefinidamente, as mordomias.
“Essas mordomias e outras regalias, cada um de nós pode criar com trabalho honesto e muita dedicação. Cada um de nós pode prestar um contributo válido para o fortalecimento do Estado moçambicano, produzindo riqueza para que o país possa ser auto-suficiente e dotado de uma economia forte”, observou Macucha.