Nacional Inhambane e Maxixe: Panificadores em greve

Inhambane e Maxixe: Panificadores em greve

Em causa, segundo soube o nosso Jornal, está a decisão do Governo de proibir o agravamento do preço do pão. Na sequência desse facto, os panificadores decidiram romper as negociações que mantinham com o Governo sobre o agravamento do preço do pão, aumentando um metical por cada unidade. Deste modo, o pão que antes custava quatro meticais passou para cinco e o de cinco passou para seis meticais.

Esta decisão aparentemente não contestada pelos consumidores já que os novos preços vigoram há duas semanas, não foi recebida com agrado pelo Executivo provincial que imediatamente mandou suspendê-la. Como resposta, os panificadores decidiram paralisar as suas actividades.

O porta-voz dos panificadores, Alfajado Aly disse à imprensa que a decisão do agravamento do preço do pão vem em resposta ao aumento constante dos preços dos consumíveis no fabrico deste produto.

Inhambane e Maxixe: Panificadores em greve

Aly disse que não são todos os panificadores que se beneficiam do subsídio do Governo para fazer face aos encargos de produção, daí que a única alternativa é aumentar o preço do pão. Apenas um dos nove panificadores oficiais das duas cidades é que se beneficia do subsídio do Governo, pelo facto de ser também único inscrito na Associação Moçambicana dos Panificadores.

A nossa fonte justifica a pouca adesão dos panificadores naquela agremiação àquilo a que chamou custos elevados de participação, sendo 2.500 meticais a jóia anual e mil meticais por mês.

O director provincial da Indústria e Comércio, António Machamale, disse por seu turno que o Governo não encontra uma justificação plausível da atitude dos panificadores, pois, segundo disse, em todo país o pão é subsidiado pelo Governo, exactamente para impedir o agravamento do preço.

“Mas também o subsídio obedece a normas, portanto é necessário que todos panificadores estejam inscritos numa associação para terem acesso a este subsídio”, explicou Machamale.

Entretanto, numa ronda efectuada pela nossa Reportagem na manhã de ontem, na cidade de Inhambane, constatou-se que alguns panificadores adoptaram uma estratégia de fabrico do pão de forma, bolinhos e arrufadas, a 25, três e quatro meticais, respectivamente.

Esta atitude é descrita pelos consumidores como sendo uma táctica de fazer o pão e vendê-lo a preços altos.