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Corredor de Desenvolvimento de Maputo: Parceiros querem Ressano a operar 24 sobre 24 horas

A proposta tem em vista não só a facilitação do comércio, como também uma perspectiva humanitária considerando os congestionamentos que se registam na fronteira, sobretudo nos períodos de pico de tráfego.

Cerca de 250 parceiros do corredor participaram, recentemente em Kommatiport, na África do Sul, na oitava reunião da Assembleia-Geral do Maputo Corridor Logistics Initiative (MCLI).

O MCLI integra empresas e instituições de Moçambique, África do Sul e Suazilândia que investem no desenvolvimento de infra-estruturas e provisão de serviços na perspectiva de desenvolver o “Corredor de Maputo” e torná-lo numa rota preferencial de transporte rodoviário e ferroviário a nível da região.

Segundo dados apresentados no encontro, os atrasos e congestionamentos nos postos fronteiriços não só aumentam os custos das transacções comerciais entre os países, como também estrangulam oportunidades de crescimento e desenvolvimento dos países.

Na sua apresentação ao plenário o representante das Alfândegas sul-africanas Beyers Theron, disse que a demora na implementação do projecto de fronteira de paragem única tem a ver com a complexidade da legislação internacional sobre o comércio, nomeadamente a criação de bases para que cada Estado possa adaptar e implementar tais normas no seu território.

Corredor de Desenvolvimento de Maputo: Parceiros querem Ressano a operar 24 sobre 24 horas

No entanto, segundo ele, as Alfândegas estão presentemente a desenvolver um projecto de modernização que nos próximos meses vai conduzir a uma mudança na dinâmica de funcionamento daqueles serviços. A organização está envolvida no estabelecimento de uma ligação regional dos sistemas através das tecnologias de informação que vão permitir uma troca mais fluida de informações entre os países.

“A colaboração entre as instituições de ambos países cresceu consideravelmente nos últimos tempos, ao ponto de hoje a troca de informação ser em tempo real”, referiu.

Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração da TRAC, concessionária da estrada com portagem Maputo-Witbank (N4), disse que há cerca de 15 anos que a sua instituição vem apelando para que a fronteira de Ressano Garcia opere 24 sobre 24 horas, objectivo que, segundo ele, continua sendo um sonho até hoje.

“Em Dezembro de 2012 testemunhamos filas enormes de viaturas na fronteira que chegaram a atingir os 15 quilómetros, com todos os constrangimentos que se podem imaginar. Para algumas pessoas a viagem entre Moçambique e África do Sul chegou a durar 48 horas…”, disse Arthur Coy, acrescentando que, com a Páscoa à porta, a situação pode vir a repetir-se.

Segundo ele, o congestionamento na fronteira já não é assunto apenas do período de festas ou dos finais de semana, registando-se um aumento significativo do tráfego que flui diariamente nas estradas.

A comunicação conjunta das empresas de caminhos-de-ferro de Moçambique e da África do Sul apresentada na ocasião, também se refere à relevância de se tratar com a celeridade necessária, a questão do funcionamento ininterrupto da fronteira de Ressano, como passo para se aumentar a eficiência operacional do corredor.