O filantropo norte-americano, que desde 2004 está a colaborar com o Governo para reabilitar aquele que foi em tempos um dos mais conhecidos parques nacionais do Continente Africano, explicou que a investigação científica é uma das apostas do parque, que tem investigadores nos seus quadros e ainda recebe cientistas internacionais.
A estes últimos, a administração do parque exige que tenham assistentes moçambicanos “para que venha uma próxima geração de cientistas moçambicanos”, disse.
Questionado sobre o número de cientistas a fazer investigação na Gorongosa, Carr disse que o número varia consoante a estação do ano e aquilo que os investigadores pretendem estudar, mas afirmou que entre Maio e Junho cerca de 20 cientistas diferentes estarão na reserva, a fazer um estudo biológico.
Entre os assuntos em investigação está a população de leões do parque, exemplificou o presidente da Fundação Carr.
“Trouxemos alguns cientistas de topo que vão estudar os leões e ajudar-nos a perceber a nossa população de leões, se os números estão a crescer, se precisamos de trazer mais leões de outro lugar”, contou.
Em causa está uma grande preocupação dos conservacionistas: “O número de leões em toda a África está a diminuir muito rapidamente. E cada pessoa no mundo devia estar assustada com isto, há um risco de os leões ficarem extintos do mundo selvagem”, disse Gregory Carr.
Com efeito, o leão é considerado uma espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
O Parque Nacional da Gorongosa, acrescentou o filantropo, é um óptimo habitat para leões, mas hoje há apenas 30 ou 40 espécimes, adiantou.
Nos anos 1970 chegou a haver cerca de 500 leões no parque, que chegou a albergar uma das mais densas populações de vida selvagem de toda a África, mas a guerra civil fez desaparecer cerca de 90 por cento dos grandes mamíferos e, no final, ficaram apenas seis leões, número que tem vindo a aumentar desde que o Governo moçambicano e a Fundação Carr se dedicaram a recuperar o parque.
Desde Agosto de 2006, quando começou o programa de reintrodução de animais, com a chegada de mais de 50 búfalos, já foram reintroduzidos mais búfalos, bois-cavalos, elefantes e hipopótamos.
Hoje, as estimativas do parque apontam para a existência de 500 elefantes, 500 búfalos e 200 hipopótamos nos mais de quatro mil quilómetros quadrados da reserva, onde praticamente todas as espécies estão a aumentar.
A Fundação Carr, criada pelo norte-americano Gregory Carr, aliou-se ao Governo de Moçambique para proteger o parque e, em 2008, assinou um contrato de gestão conjunta por 20 anos, comprometendo-se a um investimento de 40 milhões de dólares.