Sociedade Saúde Ainda a ameaça de greve: Primeiro-Ministro reúne com médicos

Ainda a ameaça de greve: Primeiro-Ministro reúne com médicos

O Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, recebeu ontem, no seu gabinete de trabalho, em Maputo, os membros da Direcção da Associação Médica de Moçambique (AMM) para perceber a natureza das reivindicações da agremiação, que ameaça realizar uma greve à escala nacional, a partir da próxima segunda-feira, caso não sejam solucionadas as suas preocupações.
Ainda a ameaça de greve: Primeiro-Ministro reúne com médicos

No encontro, que contou com a participação da direcção da Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM) foi manifestada a intenção de o Governo de encontrar as soluções para satisfazer as preocupações dos médicos nacionais.

O propósito foi apresentado pelo Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, no encontro realizado depois de o Ministério de Saúde ter anunciado a intenção do Governo de buscar uma solução pacífica e consensual, baseada no diálogo.

Apesar de não ter sido revelado o teor das conversações entre as partes, o Presidente da Direcção da AMM, Jorge Arroz, disse ter sido apresentada uma série de propostas que reflectem a intenção governamental de solucionar a crise.

“O Governo mostrou-se aberto a resolver grande parte das reivindicações que apresentamos, mas ainda há alguns factores que estão a emperrar o processo. Contudo, esperamos que essas questões sejam ultrapassadas”, explicou Arroz.

Ele acrescentou que as propostas do Governo ainda precisam de ser analisadas por todos os membros da Associação e de outros médicos nacionais para que possa ser produzido um parecer comum face a que satisfaça a classe toda.

No encontro de ontem não foi produzido nenhum documento, mas sim foram apresentadas ideias que serão postas ao corrente dos médicos de todo o país para possam dar o seu parecer tendente a elaboração de uma posição comum face a proposta do Governo.

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Arroz afirmou ainda que as ideias apresentadas ontem pelo Governo satisfazem algumas expectativas para as reivindicações apresentadas pela Associação Médica, não obstante prevalecerem algumas divergências em relação a alguns pontos, como é o caso da questão salarial.

Os médicos reivindicam a melhoria do seu salário, que actualmente se situa na ordem de 21 mil meticais, incluindo alguns subsídios, a alocação de residências aos nacionais, tal como acontece com os estrangeiros bem como a aprovação de um estatuto que corresponda às suas expectativas.

O anuncio da realização de uma greve que teria lugar a partir do próximo dia 17 de Dezembro foi feito no último sábado, em conferência de imprensa, na qual a direcção da AMM manifestou o seu desagrado em relação a passividade das entidades competentes na solução de seus problemas.

Na ocasião, Jorge Arroz disse que a greve anunciada não vai abranger os serviços de urgências dos hospitais centrais e provinciais, incluindo o balcão, sala de observação e sala de cuidados intensivos, serviços de urgências pediátricas e de ginecologia, obstetrícia, bloco operatório de urgência e bancos de socorros.

Acrescentou que seriam paralisados os serviços de consultas externas de todas as categorias de hospitais, designadamente as consultas de medicina, cirurgia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, oftalmologia, otorino, estomatologia, psiquiatria, ortopedia, urologia, medicina legal, consultas de doenças crónicas e todas outras consultas externas de especialidade. O presidente da direcção da AMM clarificou também que àquela associação continuava aberta as negociações com vista a solução pacífica das suas reivindicações.