O director da penitenciária, Miguel Paulino, disse ao nosso jornal que operações de busca e captura iniciados logo após à evasão permitiram a neutralização destes 17 reclusos até ao meio dia de ontem, enquanto que decorrem trabalhos de patrulhamento em vários pontos da província, no sentido de recondução às celas, mais breve possível, de todos os foragidos. Neste grupo, segundo o nosso entrevistado, ainda estão a monte 6 grandes e perigosos cadastrados que usando armas de fogo cometeram crimes de assassinatos, assaltos a residências, roubo de viaturas entre outros de natureza hedionda.
“São seis perigosos cadastrados que estão a cumprir penas máximas de 24 anos de prisão maior. Até ao meio dia de ontem, já havíamos recapturado 17 dos 46 foragidos e estamos a trabalhar com os governos distritais e as Forças de Regimento de Guarda Fronteira no sentido de manter uma vigilância mais aguda na faixa fronteiriça para neutralizarmos qualquer movimento destes reclusos para o interior dos países vizinhos como o Malawi, Zâmbia e Zimbabué” – disse Miguel Paulino.
O director da Cadeia de Tete explicou ainda que os evadidos por volta das 17 horas do domingo, aproveitando-se da fraca capacidade de segurança e escuridão no interior da penitenciária sabotaram o sistema de energia que alimenta as instalações da cadeia, deixando o recinto às escuras e desfizeram o tecto da cela 5 retirando de seguida as chapas de cobertura por onde começaram a sair para fora do recinto da cadeia.
A cadeia provincial de Tete enfrenta uma crise de carcereiros devido à insuficiência financeira, o que possibilita um fraco movimento de guardas prisionais que garantem a manutenção da das instalações.
“Alguns prisioneiros honestos trataram de aproximar e comunicaram à segurança da cadeia sobre a fuga dos colegas e daí foram tomadas medidas reforçando o contingente com o apoio da PRM e Estamos a envidar esforços para a recaptura dos restantes 29 reclusos ainda a monte, porque neste grupo estão os perigosos cadastrados, verdadeiramente criminosos que com recursos a armas de fogo e sem piedade, tiram a vida de cidadãos desprotegidos e cometem outros crimes de vulto em vários pontos da província”, afirmou Paulino.
Durante a perseguição dos evadidos, a PRM e a FIR usou balas de borracha e gás lacrimogéneo onde alguns cidadãos que se encontravam em movimento foram atingidos e imediatamente levados aos cuidados médicos no Hospital provincial de Tete.
A direcção da cadeia provincial de Tete, para além de apontar a falta de pessoal para um controlo e segurança adequados, no recinto da penitenciária, indica o problema da superlotação. O estabelecimento conta actualmente com cerca de 500 reclusos contra 80 da capacidade instalada no recinto.
