Sociedade Criminalidade Mais sequestradores detidos pela PRM

Mais sequestradores detidos pela PRM

Mais sequestradores detidos pela PRM
Subiu para onze o número de sequestradores detidos pela PRM, com a apresentação ontem, em Maputo, de mais quatro elementos do grupo e que tinham como missão bloquear e imobilizar os carros das vítimas identificadas em plena via pública para em seguida serem sequestradas.

Estes indiciados juntam-se ao conjunto de sete sequestradores, liderados por um indivíduo conhecido nos meandros do crime por Angolano, considerado pela Polícia como sendo o cérebro operacional dos 22 raptos ocorridos no país, na sua maioria contra agentes económicos de origem asiática.

Identificados apenas pelos nomes de Arsénio António, Luís António, Joaquim Gabriel e Albino Daniel, tinham a exclusiva missão de bloquear as viaturas, entrando depois em cena o grupo de raptores. Eles foram detidos na capital do país na sequência das investigações que as autoridades policiais vêm realizando com vista a desmantelar a extensa rede de sequestradores.

Arsénio António, descrito como chefe do quarteto que tinha como missão bloquear e imobilizar as viaturas das vítimas, é irmão de Luís e os dois são primos de Albino Daniel.

Embora todos estivessem ao serviço do principal executor dos sequestros (o Angolano), Arsénio António confirmou ontem que o seu papel no grupo era de identificar as vítimas e depois mandar os restantes comparsas vigiarem os seus movimentos, dando informações minuto a minuto aos membros da “gang”, até que o sequestro se consumasse.

“A minha missão era bloquear e imobilizar os carros das vítimas depois de devidamente identificadas. Esta missão foi-me atribuída pelo chefe do grupo, o Angolano. Por esse trabalho ganhava 15 mil dólares (420 mil meticais ao câmbio de 28 meticais). Numa dessas vezes, bloqueámos um carro na zona do Campus da Universidade Eduardo Mondlane e levámo-lo para o bairro Patrice Lumumba, na Matola, em casa de um dos sequestradores” – explicou Arsénio António.

Contou ainda que conheceu Angolano numa festa e foi a partir desse primeiro contacto que recebeu a proposta de entrar no grupo com a missão de bloquear os carros das vítimas.

“Como precisava de dinheiro, não recusei a proposta. Tratei de integrar no meu grupo um irmão, um primo e um amigo. O nosso mandante sempre foi um cidadão de nacionalidade indiana. Depois de me indicarem a vítima, que apenas a conhecia de vista, tratava de dirigir as operações de controlo até que a raptássemos” – disse.
Confirmou que o grupo portava duas armas de fogo, uma AKM e uma pistola, mas todas elas eram de Angolano. Como líder do bando, a pistola andava consigo e a AKM com os restantes comparsas.

Por seu turno, Joaquim Gabriel e Albino Daniel confessaram igualmente a sua participação nos sequestros, bem como a missão de mandar parar os carros. O convite para integrarem o grupo de sequestradores foi-lhes formulado por Arsénio António.

“Ele alegou estar a ser devido dinheiro por alguém que não especificou. Como não conseguia encontrar a pessoa pediu a nossa ajuda para localizá-la e obrigá-la a devolver o montante. A nossa missão era bloquear o carro do tal devedor. Nunca nos passou pela cabeça que estivéssemos a sequestrar pessoas. Não ganhámos nada com esta operação, porque não sabíamos que estávamos a sequestrar a alguém” – explicaram.

O quarto indivíduo ontem apresentado pela Polícia explicou que o seu envolvimento no grupo está relacionado com o facto de ter ido comprar um carro em Durban para Angolano. Segundo ele, não tem nada a ver com os sequestros, estando, porém, disposto a colaborar com a Polícia e a justiça para esclarecer o seu relacionamento com os restantes integrantes do grupo.